Na aula de 28 de
setembro os discentes Estefáni, Jéssica, Keith, Marcela e Rogério formaram o
grupo 4A. Nosso grupo ficou responsável pela síntese de uma parte do texto
“Três versões do pragmatismo deweyano no Brasil dos anos cinquenta”. Coube ao
grupo sintetizar a apresentação do artigo e também o capítulo sobre a posição
de Anísio Teixeira em relação ao pragmatismo de Dewey.
Na apresentação, tem-se
a afirmação de que a democracia seria alcançada através da industrialização,
propiciada pela tecnologia, resultado do trabalho de cientistas. Essa visão
confirma outra que pregava a tecnologia como saída para os países atrasados, ou
seja, empregando processos científicos eles se aproximariam dos países desenvolvidos.
Tal visão também chegou
ao campo educacional, com o discurso de a escola seria melhor se empregasse
recursos tecnológicos e contratasse professores com formação científica.
Essa visão denominada
tecnicista afasta-se da compreensão de que a ciência não é capaz de responder
sozinha aos problemas da educação e muito menos responder pela democracia.
Portanto, tal paradigma gera uma crise ao não conseguir definir quais os meios
que devem ser empregados na educação, dificultando a identificação do cerne do
problema escolar. Falta clareza sobre qual
papel social a escola deve atuar.
Na contramão da visão
tecnicista surge um movimento educacional renovador cujo pensamento continha
questionamentos quanto ao caráter positivo do conhecimento científico e quanto
aos processos sociais a serem implementados para alcançar a democracia. Esse
movimento desenvolveu seu trabalho a partir das ideias de Dewey.
O artigo em questão foi
produzido para discutir a apropriação e relocação que Anísio Teixeira, João
Roberto Moreira e Luiz Alves de Mattos fizeram do pensamento deweyano na década
de 50. Segundo o artigo Teixeira e Moreira confirmam o distanciamento entre o
ideal renovador pautado na pragmática de Dewey e o tecnicismo. Enquanto isso,
Mattos transposta o pensamento de Dewey para as práticas pedagógicas, isolado
do contexto filosófico empregado por Teixeira e Moreira.
A ciência da educação
de Teixeira propunha estabelecer a racionalidade de procedimentos como única
forma de se chegar a resultados; pregava a necessidade de um planejamento
pautado em dados quantificáveis; negava o improviso e a mera opinião como
formas de alcançar metas estabelecidas.
Para Teixeira, a
objetividade científica seria conduzida pelo sentimento profundo do caráter
provisório do conhecimento, isto é, a ciência não oferecia receitas para
solucionar nossos problemas.
O conceito de educação
de Teixeira era pautado nos ideais democráticos, na capacidade humana para
desenvolver uma vida associada, que todos partilhassem igualmente. Para o autor
nenhuma sociedade se torna democrática espontaneamente, por isso, seria
fundamental instituir um movimento educativo capaz de reverter os sistemas
excludentes, autocráticos e até mesmo ditatoriais. Seria um movimento para
instalar uma escola igual para todos, sem discriminação entre os alunos quanto
a suas origens de classe.
Para Teixeira, a
educação buscaria a definição de seus fins no âmbito da filosofia, enquanto a
ciência seria um recurso a serviço da construção de processos escolares
igualitários. Na visão de Teixeira, a ciência se tornaria um instrumento do
possível e progressivo controle do homem sobre o universo.
Segundo Teixeira a
educação individual, que afastou o homem de uma educação coletiva e política é
que gerou o estado de ignorância diante dos problemas mundiais. Assim, Teixeira
via a ciência como instrumento capaz de melhorar nossa compreensão da vida.
Essa busca por um
pensamento reflexivo é o que aproxima a teoria de Dewey e por consequência o
movimento renovador da educação à semiótica peirceana, pois a filosofia de
Dewey parte de uma teoria da indagação ou da investigação. Nessa linha de
raciocínio o conhecimento é gerado por intermédio do pensamento reflexivo,
aquele que se desenvolve para livrar o indivíduo da dúvida.
Portanto, assim como a
semiótica de Peirce, a lógica deweyana buscava indagar, pesquisar, encontrar
sentido para a experiência individual e coletiva, por meio de mais conhecimento
e saber.
Por fim, a visão de
Teixeira propõe que a escola seja guiada por um ideal de respeito à liberdade
individual e pela necessidade de situar o indivíduo numa ordem social
construída de forma livre pelo próprio indivíduo.
Essa reflexão também
contou com a colaboração dos grupos 3 e 4B. Abaixo reproduzimos as sínteses
apresentadas pelos colegas desses grupos.
Grupo 3 – As ações
tecnicistas que posicionaram a ciência como geradora da democracia, como
processo automático necessário e teleologicamente orientado, prescindindo de
qualquer esforço da consciência que não seja voltado para a implementar sistemas
educacionais “fechados” (anos 70).
Fenômeno da
recontextualização (Basil Bernstein ) – transmutação de ideias, conceitos e
mesmo teorias para adequá-las às metas educacionais.
Três modos de
apropriação e relocação do pensamento: (1) Teixeira e Moreira e (2) Mattos. Na
1ª ratifica-se o distanciamento que há entre o ideal de Dewey e a mentalidade
tecnicista e no 2º Dewey e transposto par o terreno de técnicas pedagógicas.
Grupo 4B – Sob o
enfoque tecnicista, a chamada crise dos paradigmas que afeta as ciências
humanas, em geral, consiste no terreno escolar em falta de definição quanto aos
meios a serem empregados para a consecução das finalidades da educação.
O ideário escola
novista (década de 1920) ensejava iniciativas de aplicação dos recursos
científicos na escola por meio de formas racionalizadas de controle do sistema
de ensino e das práticas pedagógicas.
O movimento educacional
renovador, ao término da segunda guerra, passou a absorver além de técnicas
mais sofisticadas da psicologia, os melhores recursos das ciências sociais.
O clima de
reconstrução do mundo tornava imperativo e urgente provocar mudanças na
mentalidade das pessoas.
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