A
filosofia peirceana pensada na prática educativa torna-se mais clara pelas
postulações de John Dewey que foi responsável pela passagem da semiótica à
educação escolar. Este autor faz uma crítica à concepção de conhecimento
reducionista caracterizada pela postura dualista entre o particular e o
universal, como se pode observar no ensino tradicional. A essência de seu
“método de reflexão” é levar o aluno a desenvolver sua capacidade de pensar e
não reproduzir conhecimento acumulado historicamente. E, para isso,
apresenta-nos a reconstrução contínua da experiência: fluxo contínuo do
pensamento.
Dewey
propõe que as aptidões sejam desenvolvidas a partir da reflexão se associando a
uma aplicabilidade prática porque, para ele, o ato de pensar que não leva à
melhoria na ação fazendo aprender mais coisas sobre nós e sobre o mundo é muito
pouco pensamento.
Pelos
estudos realizados, parece-me ter sido o ponto de grande relevância para a
especificidade pedagógica a conexão experiência possível/consequências práticas
(ação/experiência) como elementos de um processo que passa pela investigação,
perquirição resultando em aquisição de conceitos e modificação de conduta.
Assim, o método abdutivo-indutivo proposto por Peirce revela-se como forma de
pensar a educação relacionando-a à própria vida, possibilitando relacionar um
conceito ao modo como suas consequências possam aparecer no plano da categoria
segundidade, considerando os alunos como seres ativos e criativos, capazes de denunciar
um quadro de crenças ao serem afetados e avançarem para conduta futura.
Deste
modo, o professor que se põe como interlocutor no ambiente escolar favorece o
empenho inteligente dos estudantes, influencia na concepção da realidade deles com vistas a um maior engajamento com ela, levando à
construção de uma sociedade mais justa, solidária e sustentável.
Neiva
Solange da Silva Costa
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