A Disciplina:
Entre os Saberes Docentes e os Aprenderes Discentes: Questões Teóricas e
Metodológicas remeteu-me a pensar sobre um estudo voltado à aprendizagem dos
alunos a partir da pesquisa sobre as práticas docentes e a formação de
professores no decorrer da história educacional do país. Como vem sendo desenvolvidas
pesquisas que se referem à formação inicial do professor e também a formação
continuada, numa perspectiva direta com os tempos e espaços de aprendizagens
dos alunos.
“Semiótica”,
palavra que não recordo ter feito parte de meu vocabulário, para a qual nunca
busquei seu significado. Deparando-me com o primeiro texto proposto na
disciplina: Semiótica e Filosofia de Peirce, tive a necessidade de buscar o
significado desta palavra: “ciência geral dos signos e da semiose, estuda os
fenômenos culturais, como se fossem sistemas sígnicos”. Não ficou claro, embora
imaginasse que a leitura do texto contribuiria, em muito, para entender esta “ciência
geral dos signos”. Não foi, é óbvio, o que aconteceu, pois percebi um texto
difícil, onde tive problemas para tirar conclusões. Os métodos da tenacidade,
científico, autoridade e o a priori, foram
melhores compreendidos quando da participação da aula, onde as conexões do
pensamento foram sendo estabelecidas aos poucos, necessitando ainda, avançar.
Devo voltar
ao primeiro parágrafo sobre minhas primeiríssimas impressões, pois ao
participar da aula inicial da disciplina, percebi que as questões colocadas no
parágrafo citado serão sim observadas, porém, sob a perspectiva da
Semiótica.
Assim, neste
primeiro trabalho a ser postado no blog, quero registrar minhas primeiras
atribuições de significados sobre o que foi falado na aula inicial, com grande probabilidade
de ter problemas neste processo de significação, mas que fica aberto a correções por parte do professor e demais alunos da turma
que estudam o assunto ou compreenderam-no melhor do que eu naquele momento.
Assim,
observo que na perspectiva da semiótica as questões teóricas e metodológicas acerca
da formação dos professores, da aprendizagem do aluno, da relação entre a
teoria e prática, são situações que devem ser analisadas a partir de um
contexto complexo: social, político, cultural, mas, sobretudo, dinâmico. Portanto,
não se dá ênfase apenas ao professor, ou ao aluno, ou somente à teoria deixando
a prática de lado. Trata-se de um processo contínuo, que no sistema de signos
uma linguagem não elimina a outra, assim a relação professor/aluno/conteúdo é
um tripé que deve sempre ser respeitado e analisado em conjunto. Há um processo
dinâmico de mudanças, nada é estático, o professor, o aluno, o mundo muda
constantemente e assim criam-se novos significados.
A semiótica
auxilia a observar as relações que se estabelecem e a partir dela
compreendê-las. Ela fala do ser humano do mundo, numa perspectiva cosmológica e
não antropocêntrica. A cultura nesta perspectiva produz a circulação de signos
e sentidos, produção de informação e conhecimento. Assim, o aluno não deve ser visto apenas sob
a perspectiva teórica do professor. Deve-se mudar a posição para se compreender
o objeto e a semiótica chama a atenção para isso, onde devo me utilizar de
vários signos para ensinar e entender que o aluno se expressa e aprende de
várias maneiras onde tenho que observar suas diversas manifestações, sua
linguagem corporal, o afeto, etc. Assim, quando olho o “objeto” de maneira que
entendo essas constantes relações sígnicas, compreendo melhor como ocorre os
seus processos de significação. O professor que não coloca sua teoria em
prática, vivenciando-a nesta relação professor-aluno-conteúdo, não tem uma
experiência (concreta, vivenciada), não consegue atribuir significados a si e
não favorece os alunos construírem os seus.
O aluno com
suas singularidades, desejos, experiências, relações com o saber, assim como o
professor com suas experiências, saberes e conhecimentos, suas, também,
singularidades e desejos, dentro das diversas possibilidades do mundo, terão
nas relações pedagógicas um resultado positivo, a partir do momento que tiverem
tido uma experiência vivida acerca do conteúdo, no sentido de estabelecer novas
relações interpretantes, onde ocorra a aprendizagem: processo de aquisição de
conceitos e de modificação de condutas: conduta crítica e autocrítica.
Assim, nas relações pedagógicas a construção dos
signos é constante e por isso devo analisá-las,
observando todas as vertentes que apresentam significados. O novo não
surge do nada, há uma ligação com o passado. Para Peirce tudo o que há no
mundo, há semiose, por isso devemos saber interpretar como acontece a
aprendizagem nas relações estabelecidas entre o professor-aluno-conteúdo. Essa
relação triádica deve ser respeitada num processo de construção de sentidos,
mudanças de condutas a partir das consequências práticas vividas e que
possibilitam uma visão crítica e autocrítica por parte dos envolvidos.
Quando há uma
relação interpretante entre o representante e o objeto, a relação interpretante
é que vai gerar o signo. E, uma relação interpretante que gera um signo, vem a gerar
outros signos. Se não houver essa relação interpretante não haverá signo, pois
a evolução dos signos (do conhecimento) produz signos mais significativos num
movimento constante de novos signos.
As primeiras
falas acerca da primeiridade, secundidade e terceiridde foram bastante
complexas, mas, mais complexo ainda é associá-las às ações de dia-a-dia
professor- aluno-conteúdo. Deparar-se com algo, sem atribuir nenhum
significado, um observar instantâneo da coisa, seria a primeiridade. Se eu não
tivesse refletido um pouco sobre o título da disciplina no instante de
escolhê-la, talvez tivesse ficado neste campo da primeiridade, mas como atribui
um significado para ela como mencionei no primeiro parágrafo, estava já na
secundidade, na qual acredito passar um longo período. Complexo é chegar à
terceiridade na compreensão desta lógica geral dos signos em relação à disciplina e sobretudo nas ações educativas que, possivelmente, muitos aqui estão inseridos.
Espero, de
uma maneira simples, ter colocado minhas primeiras impressões acerca da
disciplina, sobretudo, do primeiro encontro.
Fico à
disposição para conversarmos mais sobre isto, ou organizar informações onde eu
possa ter atribuído significados errôneos acerca de alguns conceitos.
Raquel
Pozzenato Silazaki
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