Olá
pessoal!
Gostaria de tentar continuar a discussão que iniciei há alguns
dias aqui no Blog sobre pensarmos em novas formas de
intervenção na área da educação, intervenções e práticas que sejam capazes
de mudar algumas condutas que têm sido perpetuadas pela escola; pela educação.
Uma delas seria a motivação que os estudantes têm pela escola; o significado
que muitos dão à escola...
Então, tentando continuar tal discussão e fazer um ‘gancho’ com o
texto “Relação com o saber e com a escola entre estudantes de periferia” de Bernard
Charlot.
Gostaria que pensássemos e refletíssemos um pouco sobre o que o
autor aborda em relação ao “significado que a escola tem para os alunos e para
o próprio fato de aprender”, mas desde já sinalizo que não tenho respostas...
Para iniciarmos essa reflexão, sugiro que assistam a um pequeno
vídeo de meio minuto que mostra o interesse de uma criança em relação à creche;
à escola. Mas desde já, alerto que minha intenção não é a de fazer
generalizações, mas sim a de fazer uma intertextualidade com algumas partes do
texto de Charlot e a partir disso, algumas reflexões.
Pessoal, mais uma vez quero deixar claro que minha intenção com
essa postagem é a de suscitar uma simples reflexão a partir do vídeo e de
algumas partes do texto de Charlot que considero que são relevantes para
pensarmos sobre a falta de interesse dos estudantes (infelizmente de muitos
deles) pela escola e o sentido que atribuem à ela. Repito que é apenas uma
simples reflexão, pois não tenho condições de fazer questionamentos mais aprofundados...
Vamos lá:
- Charlot afirma em seu texto que a teoria da
reprodução não leva em consideração às práticas de ensino na sala de aula e nem
mesmo às políticas educacionais. Contudo, estas exercem direta e forte
influência no sucesso ou no fracasso escolar (p.48 e 49);
Então aqui temos um ponto que podemos refletir, já que o autor
afirma que é necessário levar em consideração as práticas de ensino e as
políticas educacionais. Sabemos, que, diretamente nós educadores e estudiosos
da área podemos exercer maior influência e possibilidades de mudança sobre a
prática de ensino!
- É preciso dar importância as atividades que são desenvolvidas na
escola (p.49);
Mais um ponto que podemos pensar e refletir, já que as atividades
que vem sendo desenvolvidas na escola são fruto do PPP que, pelo menos, ‘em
tese’, nós educadores, somos autores...
- Charlot nos diz que a criança só poderá se
formar e adquirir os saberes escolares se a escola e o fato de aprender fizerem
sentido a ela (p.49);
O que temos feito que não conseguimos despertar o interesse dos
estudantes, ou da maioria deles, ao ato de aprender e que este ato faça
sentido?
- Charlot diz que não existe o fracasso escolar,
mas sim que vários fenômenos estão envolvidos no processo escolar;
- A origem social não é a causa do fracasso escolar. Este fator
existe, mas não é reprodutor e preponderante; As relações sociais
estruturam a relação com o saber e com a escola, mas não a determinam (p.62);
- É preciso identificar os processos de mobilização em relação à
escola (p.55), contudo ela por si só não garante o sucesso escolar (p.56).
Como disse em minha outra intervenção aqui no Blog, a área da educação me
interessa muito, por isso, as discussões que são ligadas a ela me impactam e
exercem significado pra mim. Estas reflexões que procurei fazer aqui com os
colegas decorrem deste meu interesse pela área da educação, tanto como uma professora
que estava na sala de aula (Ensino Fundamental Inicial) até dois meses atrás,
quanto como uma estudante de Pós-Graduação em educação. Infelizmente, via na
maioria dos estudantes das escolas que trabalhei pouco ou nenhum interesse pela
escola, quando muito um interesse superficial; um interesse mais ligado a
possibilidades de relação social e um lugar para “passar o dia” que a escola
oferece...
Assim, uso as palavras de um dos gestores de uma dessas escolas
que trabalhei, “precisamos fazer com que os alunos e seus pais entendam que a
escola não é um depósito de criança”! E então eu pergunto (a mim e a vocês),
como podemos fazer isso?
Para finalizar esta discussão, ou esta intenção de suscitar uma
discussão, sinalizo mais uma vez que não quero generalizar a afirmação de que
todo estudante da atualidade não gosta da escola e que todas as aulas não são
interessantes, mas sim que pensemos sobre tudo isso e que busquemos em nossas
pesquisas de mestrado e doutorado a melhora significativa da qualidade da educação
de nosso país, a mudanças das práticas de ensino que vem sendo desenvolvidas e
uma real influência sobre a confecção das políticas educacionais.
Para isso, precisamos “mergulhar/perquirir” em nossos objetos de
pesquisa para ter condições de contribuir com a área a educação e da formação
de professores, conforme temos aprendido na disciplina do prof. Mauro Betti...
Abraços,
Lívia Bardy
Referência:
CHARLOT, B. Relação com o saber e com a escola entre estudantes de periferia. Cadernos de Pesquisa, São Paulo, n. 97,
p. 47-63, maio 1996.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.