Possibilidades da pesquisa-ação nos projetos de formação de professores indígenas
Tendo discutido as
questões da pesquisa ação como uma metodologia onde todos os sujeitos são
envolvidos no processo de seu desenvolvimento,
inúmeras questões sobre sua aplicação me remete ao estado de onde venho
e trabalho com formação de professores indígenas, no caso, o Amazonas.
O vasto território
amazonense está dividido para atendimento das demandas de formação de
professores indígenas em 06 Territórios Etnoeducacionais: TEE Alto Solimões,
TEE Baixo Amazonas, TEE Juruá-Purus, TEE Médio Solimões, TEE rio Negro, TEE
Vale do Javari. Uma vez situada uma
demanda a ser atendida pela Universidade do Estado do Amazonas (UEA) há um
intenso trabalho de levantamento de dados como as questões culturais
envolvidas, língua, escolas, professores atuantes e problemáticas enfrentadas
que devem ser consideradas no currículo do curso a ser implantado.
Essas questões são
organizadas em encontros de trabalho com os professores que atuam nessa
temática e com os sujeitos participantes do curso, bem como as lideranças
indígenas dos povos envolvidos. Por vezes, outras organizações participam do
processo trazendo contribuições para a reflexão do que se pretende realizar.
Tendo compreendido a
metodologia da pesquisa ação como um movimento de participação coletiva
onde a problemática é oriunda das
necessidades apresentadas pelo grupo e as ações são igualmente conjuntas, penso
que as discussões sobre qual currículo melhor atende as necessidades desse
grupo; quais problemáticas devem ser organizadoras dos eixos de formação e quais produções ao término do curso
contribuirão para o desenvolvimento de suas escolas, poderiam ser organizadas
numa pesquisa ação. Segundo Franco
(2012, p. 4) a abordagem da pesquisa-ação compromete-se tanto com a produção de
conhecimento sobre a realidade social, quanto com a sua transformação em um
sentido emancipatório. Nesse sentido, creio que a metodologia é adequada ao que
aqui se propõe.
A pesquisa fortalece os
grupos de trabalho envolvidos e consolida as ações dos professores da
universidade que se dedicam ao estudo da temática bem como fundamenta a política indígena que ora vai se constituindo
na universidade.
Referência
FRANCO, Maria Amélia
Santoro. A pesquisa-ação na prática
pedagógica: balizando princípios metodológicos. 2012. No prelo.
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