A
síntese é baseada no texto “A experiência colateral e sua importância para a
semiose telejornalística”, Aline M. Grego Linz, 2003.
A
autora trabalha o conceito de experiência colateral de Charles S. Peirce e
aponta a importância que ela pode trazer para setor telejornalistico. Focamos-nos
em trazer uma reflexão apenas em relação ao conceito de experiência colateral.
Para
Peirce, a experiência colateral é o conhecimento necessário para que se
entender determinada relação entre objeto e signo. Holanda (1986) explica que colateral
é o que está paralelo, no entanto seu significado pode se referir ao que está
em uma cadeia, linha, embora ela não tenha que ser reta. Nesse sentido, Peirce
aponta que a observação colateral não é necessariamente uma proximidade,
familiaridade com o sistema de signos, “O que assim é inferido não é colateral,
pelo contrário, constitui o pré-requisito para conseguir qualquer ideia,
significado do signo. Por Observação Colateral quero referir-me á intimidade
prévia com aquilo que o signo denota” (Peirce, 1992, CP-8.179).
A
partir dessa definição, compreende-se que a experiência colateral corresponde
ao que se situa fora do signo, externo
ao interpretante, mas que funcionam como auxílio para a compreensão,
interpretação pelo intérprete do: interpretante, signo e objeto. Nesse sentido,
Santaella (1995) explica que apesar deste processo ser um efeito produzido pelo
signo, é o objeto que o interpretante tem como objetivo atingir. Logo após a
breve explanação, a autora do texto faz a seguinte pergunta: “ Como é possível
garantir ao interpretante que o objeto ao qual ele se refere é o mesmo objeto
que o signo representa?” Para responder essa indagação, evoca o que Peirce
chamou de três níveis de segurança: Nível Instintivo, nele se situa o universo
das qualidades, dos sentimentos das sensações. Experiência Colateral e Nível da
Forma. Na Experiência Colateral, Savan (1997) chamou a atenção para o fato de
esses signos que por meio da experiência fornecem segurança, passassem para a
denominação “empíricos” por residir na experiência sua origem. A autora apoiada
em Savan explica que “o objeto que determina o signo está inserido num contexto
e, esse signo, por sua vez, determina o interpretante que, em alguns casos,
para se produzir num determinado intérprete, poderá requerer desse intérprete
um conhecimento colateral”.
Sendo
o processo:
Neste sentido, Peirce pontua que:
Para que um signo possa ser interpretado,
isto é, para que o representamen possa ser um signo, é necessário que seu
intérprete tenha um conhecimento colateral do objeto (ou dos objetos) do signo.
Este conhecimento é resultado da experiência, o que corresponde a um estado
cognitivo resultante, em última análise, da percepção. (Peirce, MS 675).
Sendo assim, a experiência colateral do objeto, contribui para que seja minimizada a incompreensão de alguns aspectos do signo, sendo sua principal função: complementar e fornecer um elemento a mais na procura de outros objetos e interpretantes considerados bons, com intuito de suprir as dificuldades apresentadas pela generalidade do signo, que ao tentar representar o objeto, se aproxima apenas de uma parte dele, não o todo.
Texto escrito por : Keith Braga
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