A Educação
Infantil é um importante espaço de socialização, cuidado e de aprendizagem;
local em que as crianças se apropriam das qualidades tipicamente humanas que
são externas a ela.
Além de destacar tal espaço como meio educacional
e que possibilita trocas de experiências entre os pares, podemos ressaltar a
importância do professor como mediador no processo educacional dentro da
instituição.
O professor, então, é visto como sujeito
responsável em organizar situações que colaborem para o desenvolvimento integral
da criança. De acordo com a Teoria Histórico Cultural, a mediação do adulto
faz-se relevante, pois a criança necessita apropriar-se de conteúdos que são
externos a ela; estes são possibilitados por meio de ações organizadas
intencionalmente com o propósito de máxima apropriação das qualidades humanas
(capacidades, aptidões e habilidades formadas ao longo da história). Nessa
perspectiva, é imprescindível levar sempre em conta as peculiaridades das
crianças, ou seja, as formas típicas de atividades que perpassam a vida da
criança como: o tateio, a atividade com objetos, a comunicação entre elas e os
adultos, e o brincar (MELLO, 2007).
Diante disso,
Silva (2012, p. 16) destaca a necessidade dos professores, investigadores e
todas as pessoas envolvidas com esse espaço educativo, a “encarar as práticas
pedagógicas como processos eminentemente semióticos, isto é, como espaço de
interpretações, reinterpretações e inter-relacionamentos entre
professor-criança-criança e o contexto”
Ao visar uma
prática pedagógica condizente com os objetivos
da educação é necessário reconhecer que tal processo é guiado por
estados de espírito como o de dúvida e o de crença, em que, orientam os nosso
desejos e ainda, dão contorno a nossas ações (PIERCE, 1972).
O autor defende
que “o sentimento de crença é indicação mais ou menos segura de se ter
estabelecido em nossa natureza uma tendência que determinará nossas ações [...]
este é um estado de tranquilidade e satisfação”. Enquanto que a “dúvida é um
estado desagradável e incômodo, de que lutamos por libertar-nos e passar ao
estado de crença” (1972, p. 77).
Atualmente,
encontramos diversos professores da Educação Infantil que se sentem
confortáveis em suas crenças, sendo assim, não estão dispostos a colocá-las em
dúvida. Dessa forma, as práticas pedagógicas não são revistas e muitos
professores realizam atividades e passam conteúdos, brincadeiras e músicas,
entre outras ações, de forma mecânica, sem realmente levantar os objetivos e a
importância de tal prática no processo de ensino-aprendizagem dos alunos.
Reconhecendo
tal realidade, Pierce (1972) e Silva (2012) ressaltam que a alternativa para se
buscar um prática pedagógica que cumpra os objetivos educacionais e perceba a
criança como protagonista nesse contexto é o hábito da reflexão, ou seja,
refletirmos sobre nossas ações, colocando-as em dúvida.
Jéssika Naiara
da Silva
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