Pensar a escola pública e os
alunos que nela estudam tem desafiado a comunidade científica dedicada à educação.
A educação no Brasil demorou a ser entendida como uma preocupação
nacional (ainda hoje não parece ser) e desde o movimento dos pioneiros na
década de 30 do século passado os debates sobre a democratização do ensino no
Brasil têm sido constantes. Há que se pensar que a educação não é serviço
prestado ao povo, mas um direito que deve ser garantido e priorizado nas
políticas públicas. O texto de Bernard
Charlot “ Relação com o saber
e com a escola entre estudantes de periferia”, proposto para leitura na
disciplina nos desafia a pensar nas realidades escolares do Brasil.
As indagações que sempre me
coloco enquanto professora é que a escola deveria ser a mesma para todos, com
igualdade de condições de acesso e permanência, assim como, com condições de
ensino aprendizagem adequadas e suficientes para todos. No entanto, essa não é
a realidade que temos. Diante de tantas avaliações institucionais e alardes
sobre inúmeros programas implantados pelo MEC, vemos a precarização da educação
básica incapaz de atender o alunado que nela estuda. Estatísticas alarmantes
sobre questões como alfabetização, evasão escolar de jovens e adolescentes,
condições desumanas de transporte escolar e outras situações nos levam a
refletir sobre o que Charlot discute em seu texto: que aprenderes esses alunos tem
na escola? Qual
a relação que eles estabelecem com o saber?
Como diz o texto: A relação
com o saber é uma relação social no sentido que não somente as condições de
existência desses jovens, mas também suas expectativas em face do futuro e da
escola exprimem as relações sociais que estruturam nossa sociedade.
Nesse sentido, refletimos
também que a formação do professor que atua nessas escolas precisa levar em
conta as problemáticas vivenciadas no seu cotidiano para que esse profissional
saiba lidar com o processo formativo dos alunos. O texto de Azanha, na sua
proposta de mapeamento da escola nos leva a perceber de forma intensa a
necessidade de pesquisas a partir da escola para que os alunos, seus
aprenderes, suas expectativas e sua relação com o saber não sejam apenas
números estatísticos, mas realidades concretas a serem trabalhadas nas práticas
escolares.
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