O pragmatismo de Peirce é uma corrente
filosófica americana que propõe a discussão de conceitos como a crença,
hábitos, método e ação. Esses conceitos foram discutidos em aula a partir do
artigo de Costa e Silva (2011, p. 19) que apresenta a definição de crença segundo
Bain como “aquilo com base em que um homem está preparado para agir”. A
definição de método é dada no texto por uma citação do próprio Peirce (1983, p.
6) como “[...] método capaz de determinar o verdadeiro sentido de qualquer
conceito, doutrina, proposição, palavra, ou outro tipo de signo”.
A
partir desses conceitos os autores Costa e Silva (2011, p. 21) trazem a
definição do pragmatismo como inquirição, ou seja, de análise como “[...] um
método para investigar o que, qual seu objeto, e ainda como ele pode ou não
influenciar nossas crenças?
Dessa
forma, poderíamos pensar no pragmatismo para inquirir a educação brasileira, a
partir da relação crença, dúvida e hábito.
Para
isso, seria necessário considerar a crença fixa (que nos apresenta um aparente
estado de tranquilidade) que temos a respeito de como deve ser o processo
educativo brasileiro e a função da escola e de seus alunos, e deixar se levar pelo estado de dúvida, que
nos incomodaria em busca da transformação. Poderíamos nos perguntar porque os
jovens não gostam de ir para a escola? Por que eles querem ir embora quando lá
estão? Porque apresentam um grande número de faltas? Porque não aprendem aquilo
que desejamos lhes ensinar?
Nessa
relação de inquirição entre crença e dúvida, aparecem os hábitos que tentam afirmar
nossas crenças, pois estes contribuem para a fixação das crenças e seu
fortalecimento.
Para continuar nossa reflexão, Merrell (2004) em
“A prática do Pragmatismo: aprender vivendo, viver aprendendo”, apresenta a ideia
central de que devemos compreender que a aprendizagem é uma questão de
interdependência, inter-relacionalidade e interatividade.
Ao levantar essa questão, Merrell (2004) destaca
que a experiência deve ser pensada não como algo externo (empirismo), mas que experimentamos
nossa realidade em termos de significados.
Diante disso, devemos abandonar esse dualismo
presente no âmbito da Educação e observar o fluxo entre todos os elementos que
compõem o universo educacional.
Desta forma, uma possibilidade apresentada por
Peirce seria a construção de um “pensamento triádico e de fato, radicalmente
não linear, de modo que entre cada par de opções sempre existe outra opção,
entre os pares de opções que ficam, outras opções ..., e outras, sem fim” (Merrell,
2004, pg. 18).
Chama a atenção nesse processo o papel da
reflexão, o que possibilitará a categorização e a análise destas como signos
num pensamento tríadico, em busca de uma compreensão lógica da educação
brasileira considerando suas nuances e com possibilidades para romper com as
crenças e hábitos existentes.
Segundo Costa e Silva (2011, p. 31) como
resultado desse processo temos o significado em forma de tríade, como “[...] a
expressão do pensamento lógico do interpretante [...]”, a quem se aventurar
nessa reflexão sobre a educação brasileira.
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