O PAPEL DO PRAGMATISMO DE
PEIRCE NA EDUCAÇÃO
Grupo 2 A - Alan, Marcos, Robson e Nair.
TURRISI, P. O papel do
pragmatismo de Peirce na educação. Cognitio-Estudos: Revista de Filosofia, São Paulo, n. 3, nov 2002.
Olá colegas,
Utilizando as anotações da dinâmica realizada em sala apresentamos o artigo supracitado que examina o ensino no pragmatismo de Peirce, porém fazemos aqui apenas o entendimento da primeira parte
do texto (Instrução Direta: uma breve genealogia crítica) na qual apresenta uma
reflexão sobre a instrução direta e o construtivismo baseado no pragmatismo de
Peirce.
Turrisi expõe que Dewey traz, na defesa de um novo método
de ensino e aprendizado, uma concepção em que a comunicação é compreendida
tanto para quem ensina quanto para quem aprende, sendo que quando é moldada
(engessada) perde seu poder educativo. A comunicação é educativa, tanto para o
receptor quanto para quem comunicou, sendo que este precisa formular sua
experiência para comunicar.
O autor relata que a instrução direta promove um
aprendizado mais eficiente – bons resolvedores de testes e promovidos com mais
frequência –, mas não pensadores críticos e pesquisadores, ao passo que estes
não fazem nem mesmo parte da agenda da instrução direta.
Ao discorrer sobre as características do construtivismo o
autor relata que o método de instrução tradicional, direta, ou aula expositiva,
aqui entendidos como sinônimos, porém em momentos diferentes, aproxima-se do
método autoritário (também já estudado). O autor crítica o ensino tradicional
por ser diretivo e aponta o ensino da lógica como uma alternativa.
Cita Bruner para contextualizar que todo conhecimento é
uma construção mental de uma prática social, i. e., o aprendizado começa para o
aprendiz estruturado por seu próprio conhecimento corrente.
Uma das críticas feitas no texto estão nos poucos
comentários teóricos dos construtivistas em que a vida interior volta ao mundo
exterior, ou seja, no construtivismo não há uma verdade sobre uma realidade
independente como um meio de afirmação e
como um plano de ação.
Na continuidade do diálogo o autor apresenta dois
princípios do construtivismo que vai contra ao conceito de estudante como caixa
– receptor passivo –. No primeiro princípio G. H. Wheatley (citado) afirma que
o conhecimento não é passivamente recebido, mas construído pelo sujeito. O
segundo está na qual o sujeito cria a sua própria realidade, i. e., à cognição
serve a organização do mundo experencial e não da realidade ontológica. Baseado
nesses princípios do construtivismo o autor cita exemplos de métodos eficientes,
como: aprendizado colaborativo, discussão, escrever para aprender, problem solving.
Mas, Turrisi mostra que o segundo princípio de Wheatley
apresenta um problema para a ciência e para um método científico de
investigação. Aponta que a noção de que toda a pessoa cria a sua própria
verdade é antiga e exemplifica com o teorema de Protágoras (O homem é a medida
de todas as coisas) e com o relato de um livro-texto construtivista típico que
faz crítica ao positivismo. Nesta crítica apresenta a versão naturalista ou
construtivista admitindo várias realidades e não uma única realidade, e também
que é impossível distinguir causas de efeito, diferente do positivismo no qual
cada ação pode ser explicada como um resultado de uma causa real que precede o
efeito. Nesta visão, o construtivismo é livre de dogma.
Assim, chega ao entendimento que o construtivismo
aproxima-se do método a priori (já
discutido anteriormente na disciplina com a utilização do texto “Fixação das Crenças”).
Argumenta que o dilema do construtivismo (aqui enfatizado o a priori) está: “Apenas porque eu possa
vir a crer em algo, isso não indica que outros virão a acreditar na mesma coisa”.
Dessa forma, a única maneira de lidar com as diferenças de métodos e
investigação é acreditar que o universo é tão diverso que a construção da
realidade de cada um é aceitável.
Contudo, a visão construtivista (como já dito) não
permite a idéia de uma realidade independente que possa ser determinada
experimentalmente, pois a definição de “verdadeiro para mim” desafia qualquer
formulação consistente.
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