domingo, 14 de outubro de 2012

Atividade da aula de 28 set. 2012

Grupo 3: Armando, Claudinei e Luiz

olá, colegas,

na aula deste dia tratamos da resenha elaborada por Marcus Vinicius da CUNHA (revista brasileira de educação, n.21, set.-dez.2002, pp.161-163) sobre o livro "Entre o indivíduo e a sociedade: um estudo da filosofia da educação de John Dewey", de Carlos Otávio Fiúza MOREIRA (Bragança Paulista: EDUSF, 2002); mapeamos a resenha em 7 partes (tópicos de A até G) e, a seguir, apresentamos nossa contribuição com os principais excertos do texto, conforme a análise coletiva e crítica realizada em aula:
(A) o âmbito da retomada dos estudos sobre o pragmatismo compreende:
a.1-as ideias deweyanas;
a.2-o pensamento da escola nova;
a.3-o pensamento de Anísio Teixeira;
(B) nas décadas de 1970-80 as proposições escolanovistas e as teses deweyanas e anisianas eram vistas como impotentes, se comparadas ao pensamento marxista no contexto de confrontação ao pensamento educacional hegemônico durante a ditadura pós-1964:
b.1-Dewey era identificado com o imperialismo do american way of life e do liberalismo;
(C) as noções de contexto e contextualização para compreender o livro, partindo de parâmetros cronológicos para acompanhar os marcos da carreira de Dewey, iniciada em 1884 na Universidade de Michigan, depois nas Universidades de Chicago e de Colúmbia;
c.1-foco nas atividades de Dewey em Chigado a partir de 1894;
c.2-classificação das obras de Dewey conforme as instituições e os períodos: trabalhos iniciais (1882-1889, predominantemente em Michigan), intermediários (1889-1924, predominantemente em Chicago) e tardios (1925-1953 em Colúmbia);
c.3-o período intermediário é entendido como aquele em que Dewey elabora sua própria linha de reflexão e ação, pois já assimilara trabalhos de outrem e fora influenciado por Charles Sanders Peirce (1839-1914), William James (1842-1910) e George Mead (1863-1931);
(D) por conta desse período na sua produção é que Dewey se articula como integrante da tradição sociológica que inclui autores como Durkheim, Elias e Bourdieu (*obs.: este tópico da nossa apresentação pareceu ter sido polêmico e levantou questionamentos/comentários de outros grupos durante a aula!), ao preocupar-se em elucidar as relações entre indivíduo e sociedade:
d.1-Dewey não dicotomiza os campos da sociologia e da psicologia, i.e., não separa suas preocupações somente entre os fatos sociais e o psiquismo individual, mas busca uma visão política centrada na "democracia como forma de vida", e.g., exercendo "modelagem social" a partir da escola;
d.2-a visão de Dewey tem estrita relação com o contexto de vida e advém da sua (auto)biografia;
d.3-Dewey, assim como Peirce, tem fundamentação teórica que parte do trabalho de Kant (temática de sua tese de Doutorado pela Universidade Johns Hopkins) que pressupõe crítica aos pressupostos a priori;
(E) as primeiras experiências educacionais de Dewey na Escola Laboratório da Universidade de Chicago (note-se semelhança com o modelo de "escola de aplicação"):
e.1-elaboração do seu pensamento sistematizado voltado para a prática;
e.2-afastamento da sua "ideia" de escola da "ideia" do laissez-faire;
e.3-noção de que o indivíduo e a sociedade compõem um só e mesmo processo;
(F) relações entre socialização e hábito (note-se semelhança com o conceito de habitus):
f.1-noção de hábito como "disposições para uma ação mais fácil e eficaz numa dada direção", i.e., a conversão da "experiência em algo aproveitável em outras oportunidades" [*obs.: conversamos durante a preparação de nossa apresentação, e consideramos que aqui caberia relacionar a noção de hábito/experiência de Dewey às notas sobre "experiência" conforme Jorge Larrosa Bondía];
f.2-valorização do pensamento reflexivo, pois o hábito não se identifica/coaduna com rotina ou conduta mecanizada, mas sim com plasticidade, com a capacidade para extrair da experiência atual elementos potencialmente norteadores de experiências futuras; em outros termos, o pensamento reflexivo é aquele aplicado à resolução de situações problemáticas;
f.3-compete à escola propiciar situações objetivas de aprendizagem para que o educando aprenda a pensar, i.e., para que o aluno adquira hábitos ou condutas flexíveis que o capacitem a envolver-se ativamente com seu meio social;
(G) acerca da filosofia deweyana, concluímos com o entendimento de que é uma "filosofia que deseja desviar a atenção do eterno para o futuro", sendo esse o seu sentido como utopia democrática na formulação de Dewey (apontamos alguns comentários/questionamentos nossos neste trecho final):
g.1-o que seria uma sociedade democrática? a utopia é vista como "um outro lugar" na escolarização, então se cabe viver de acordo com os valores que a escola prega ou conforme aqueles que ela já vive (!?);
g.2-para evitar as formas de desqualificação apressada e inconsistente do pensamento deweyano, cabe notar que "o método científico é tido como um só, o que muda é o objeto", e.g., as ciências humanas é que tentam fazer as crenças coincidirem com os fatos (!), e nunca se tem de fato acesso ao que é real (...);
g.3-Dewey procedeu a duras críticas ao american way of life, como fonte de viés nos fatos/dados da realidade, então apreendemos que cabe a contextualização das fontes (mediante sua investigação cuidadosa, metódica e paciente) em sua própria época, diante da cultura intelectual e política de seu tempo (!); assim, questionamos o que precisamos deter/dominar quanto ao rigor cientifico/metodológico para analisar criteriosamente as fontes (documentais, etc.) nos dias de hoje?

Um comentário:

  1. ah, há link ativo com o texto mencionado de Jorge LARROSA BONDÍA, que está disponível ao clicar sobre o nome do autor!

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