segunda-feira, 26 de maio de 2014

Apenas algumas reflexões...

Olá pessoal!

Gostaria de tentar continuar a discussão que iniciei há alguns dias aqui no Blog sobre pensarmos em novas formas de intervenção na área da educação, intervenções e práticas que sejam capazes de mudar algumas condutas que têm sido perpetuadas pela escola; pela educação. Uma delas seria a motivação que os estudantes têm pela escola; o significado que muitos dão à escola...
Então, tentando continuar tal discussão e fazer um ‘gancho’ com o texto “Relação com o saber e com a escola entre estudantes de periferia” de Bernard Charlot.
Gostaria que pensássemos e refletíssemos um pouco sobre o que o autor aborda em relação ao “significado que a escola tem para os alunos e para o próprio fato de aprender”, mas desde já sinalizo que não tenho respostas...
Para iniciarmos essa reflexão, sugiro que assistam a um pequeno vídeo de meio minuto que mostra o interesse de uma criança em relação à creche; à escola. Mas desde já, alerto que minha intenção não é a de fazer generalizações, mas sim a de fazer uma intertextualidade com algumas partes do texto de Charlot e a partir disso, algumas reflexões.   
  



Pessoal, mais uma vez quero deixar claro que minha intenção com essa postagem é a de suscitar uma simples reflexão a partir do vídeo e de algumas partes do texto de Charlot que considero que são relevantes para pensarmos sobre a falta de interesse dos estudantes (infelizmente de muitos deles) pela escola e o sentido que atribuem à ela. Repito que é apenas uma simples reflexão, pois não tenho condições de fazer questionamentos mais aprofundados...

Vamos lá:
   
- Charlot afirma em seu texto que a teoria da reprodução não leva em consideração às práticas de ensino na sala de aula e nem mesmo às políticas educacionais. Contudo, estas exercem direta e forte influência no sucesso ou no fracasso escolar (p.48 e 49);
Então aqui temos um ponto que podemos refletir, já que o autor afirma que é necessário levar em consideração as práticas de ensino e as políticas educacionais. Sabemos, que, diretamente nós educadores e estudiosos da área podemos exercer maior influência e possibilidades de mudança sobre a prática de ensino!
  
- É preciso dar importância as atividades que são desenvolvidas na escola (p.49);
Mais um ponto que podemos pensar e refletir, já que as atividades que vem sendo desenvolvidas na escola são fruto do PPP que, pelo menos, ‘em tese’, nós educadores, somos autores...  

- Charlot nos diz que a criança só poderá se formar e adquirir os saberes escolares se a escola e o fato de aprender fizerem sentido a ela (p.49);
O que temos feito que não conseguimos despertar o interesse dos estudantes,  ou da maioria deles, ao ato de aprender e que este ato faça sentido?

 - Charlot diz que não existe o fracasso escolar, mas sim que vários fenômenos estão envolvidos no processo escolar;
- A origem social não é a causa do fracasso escolar. Este fator existe, mas não é reprodutor e preponderante; As relações sociais estruturam a relação com o saber e com a escola, mas não a determinam (p.62);
- É preciso identificar os processos de mobilização em relação à escola (p.55), contudo ela por si só não garante o sucesso escolar (p.56).


Como disse em minha outra intervenção aqui no Blog, a área da educação me interessa muito, por isso, as discussões que são ligadas a ela me impactam e exercem significado pra mim. Estas reflexões que procurei fazer aqui com os colegas decorrem deste meu interesse pela área da educação, tanto como uma professora que estava na sala de aula (Ensino Fundamental Inicial) até dois meses atrás, quanto como uma estudante de Pós-Graduação em educação. Infelizmente, via na maioria dos estudantes das escolas que trabalhei pouco ou nenhum interesse pela escola, quando muito um interesse superficial; um interesse mais ligado a possibilidades de relação social e um lugar para “passar o dia” que a escola oferece...
Assim, uso as palavras de um dos gestores de uma dessas escolas que trabalhei, “precisamos fazer com que os alunos e seus pais entendam que a escola não é um depósito de criança”! E então eu pergunto (a mim e a vocês), como podemos fazer isso?  
Para finalizar esta discussão, ou esta intenção de suscitar uma discussão, sinalizo mais uma vez que não quero generalizar a afirmação de que todo estudante da atualidade não gosta da escola e que todas as aulas não são interessantes, mas sim que pensemos sobre tudo isso e que busquemos em nossas pesquisas de mestrado e doutorado a melhora significativa da qualidade da educação de nosso país, a mudanças das práticas de ensino que vem sendo desenvolvidas e uma real influência sobre a confecção das políticas educacionais.
Para isso, precisamos “mergulhar/perquirir” em nossos objetos de pesquisa para ter condições de contribuir com a área a educação e da formação de professores, conforme temos aprendido na disciplina do prof. Mauro Betti...
Abraços,
Lívia Bardy  


Referência: CHARLOT, B. Relação com o saber e com a escola entre estudantes de periferia. Cadernos de Pesquisa, São Paulo, n. 97, p. 47-63, maio 1996.
  

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