terça-feira, 20 de maio de 2014

Possibilidades   da pesquisa-ação  nos projetos de  formação de professores indígenas

Tendo discutido as questões da pesquisa ação como uma metodologia onde todos os sujeitos são envolvidos no processo de seu desenvolvimento,  inúmeras questões sobre sua aplicação me remete ao estado de onde venho e trabalho com formação de professores indígenas, no caso, o Amazonas.
O vasto território amazonense está dividido para atendimento das demandas de formação de professores indígenas em 06 Territórios Etnoeducacionais: TEE Alto Solimões, TEE Baixo Amazonas, TEE Juruá-Purus, TEE Médio Solimões, TEE rio Negro, TEE Vale do Javari.  Uma vez situada uma demanda a ser atendida pela Universidade do Estado do Amazonas (UEA) há um intenso trabalho de levantamento de dados como as questões culturais envolvidas, língua, escolas, professores atuantes e problemáticas enfrentadas que devem ser consideradas no currículo do curso a ser implantado.
Essas questões são organizadas em encontros de trabalho com os professores que atuam nessa temática e com os sujeitos participantes do curso, bem como as lideranças indígenas dos povos envolvidos. Por vezes, outras organizações participam do processo trazendo contribuições para a reflexão do que se  pretende realizar.
Tendo compreendido a metodologia da pesquisa ação como um movimento de participação coletiva onde  a problemática é oriunda das necessidades apresentadas pelo grupo e as ações são igualmente conjuntas, penso que as discussões sobre qual currículo melhor atende as necessidades desse grupo; quais problemáticas devem ser organizadoras dos eixos de formação e  quais produções ao término do curso contribuirão para o desenvolvimento de suas escolas, poderiam ser organizadas numa pesquisa ação.  Segundo Franco (2012, p. 4) a abordagem da pesquisa-ação compromete-se tanto com a produção de conhecimento sobre a realidade social, quanto com a sua transformação em um sentido emancipatório. Nesse sentido, creio que a metodologia é adequada ao que aqui se propõe.
A pesquisa fortalece os grupos de trabalho envolvidos e consolida as ações dos professores da universidade que se dedicam ao estudo da temática bem como fundamenta a  política indígena que ora vai se constituindo na universidade.

Referência
FRANCO, Maria Amélia Santoro. A pesquisa-ação na prática pedagógica: balizando princípios metodológicos. 2012. No prelo.



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