quarta-feira, 28 de novembro de 2012

UMA CONVERSA QUE AUSUBEL E CHARLOT NÃO TIVERAM



Quando encontramos os pesquisadores abordando a teoria da Aprendizagem significativa e as questões da não aprendizagem (fracasso escolar), logo se relaciona o assunto da pesquisa com Ausubel e Charlot.
“Para Ausubel, aprendizagem significativa é um processo por meio do qual uma nova informação se relaciona, de maneira substantiva (não-literal) e não arbitrária, a um aspecto relevante da estrutura cognitiva do indivíduo. Isto é, nesse processo a nova informação interage com uma estrutura de conhecimento específica, a qual Ausubel chama de conceito subsunçor ou, simplesmente, subsunçor, existente na estrutura cognitiva de quem aprende. [...] “a aprendizagem significativa ocorre quando a nova informação ancora-se em conhecimentos especificamente relevantes (subsunçores) preexistentes na estrutura cognitiva.”

MOREIRA. M. A. Aprendizagem significativa. Brasília: Editora Universidade de Brasília, c1999.

Charlot (2000) questiona: “Por que estudar o fracasso (ou sucesso) escolar em termos de relação com saber? Que se deve entender, exatamente, por “relação com o saber”. Apresenta no seu livro a questão do “fracasso escolar” como um objeto sócio-mediático que não pode ser considerado tal qual como objeto de pesquisa e estuda o “fracasso escolar” de outra maneira que não a clássica.
Charlot (2000) chama “relações de saber” as relações sociais consideradas sob o ponto de vista do aprender”.
[...] “A relação com o saber se constrói em relações sociais de saber.”
[‘...] “As ideias, as emoções, até as percepções, por mais pessoais que sejam, estão ancoradas no social.”

CHARLOT. B. Da relação com o saber: elementos para uma teoria. Porto Alegre: Artmed, 2000.

Ao analisar estes dois pesquisadores encontra-se uma conexão interessante de suas teorias da educação, pois é possível verificar elementos norteadores em ambos. Um dos aspectos comuns é a questão da ancoragem, ou seja, para que o aluno aprenda é preciso ter conhecimentos na estrutura cognitiva que apoie a construção do novo conhecimento e, consequentemente, evite o “fracasso escolar.
É possível que Ausubel e Charlot nunca conversaram sobre suas teorias, mas podemos perceber que elas culminam para um mesmo ponto: o aluno que precisa ser mobilizado para a aprendizagem, auxiliando-o para o sucesso na sua vida social.

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