Educação e Semiótica Peirciana
Rosenei Cristina ribeiro Victor Alves
O estudo da Semiótica na área da
Educação é ao mesmo tempo complexo e fascinante, pois nos conduz a reflexões
por caminhos desconhecidos. Para estas reflexões na educação é preciso algumas
das categorias básicas de Peirce, ou melhor: primeiridade, secundidade e
terceiridade. Penso que essas categorias foram alguns dos maiores dilemas que
vivenciamos nos nossos encontros em aula e nas nossas leituras e ao olharmos
para a prática, podemos enxergar exemplos e aplicações daquilo que estamos
aprendendo.
Para entender a formação do signo
que representa algo para uma mente, busquei identificar inúmeras ações que
temos e observamos na prática educativa e se não revermos muitas das crenças que
temos, não conseguimos superar verdadeiramente situações que se reproduzem nas
escolas e que um “olhar” que não atinge a terceiridade não permite superações.
Assim, abordo algumas compreensões que me fizeram entender de forma mais clara
a semiótica de Peirce.
Nesta relação, percebo que a educação
tem que muitos dos dilemas relacionados ao seu fazer e estão intimamente
ligados com a lógica de Peirce. Por exemplo, quando debatemos sobre o ensino e
aprendizagem na escola. O fato é que estamos sempre ensinando e aprendendo
alguma coisa, mesmo não sendo o esperado, e a diferença que o conhecimento
proposto pela escola é aquele que procura conduzir o caminho do aprendizado.
Nas leituras e nas aulas compreendi de
forma mais clara que a semiótica rompe com as dualidades e que as relações
naturais e o processo de conhecimento ocorrem por meio de relações triádicas. Então:
Primeiridade como sendo a “sensação, a pura
observação, uma euforia que aparece. É a categoria da liberdade, da
espontaneidade, não chega a ser consciente, quando pensamos nela já estamos na
secundidade.”
Secundidade sendo a “categoria do
confronto do choque com o
outro, do presente sem reflexão, da surpresa. Um esbarrão na esquina, o
detectar de uma presença. No instante em que percebemos que a presença é de
algo, já estamos na terceiridade.”
Terceiridade sendo a “categoria do
entendimento, da reflexão, da relação, do signo completo.”
Para entender melhor as categorias e a
tríade de relações, me remeti novamente a questão do signo. Signo é o
responsável por fazer a mediação entre uma mente e um objeto. Por outro lado o que
isso tem a ver com a semiótica? Para a semiótica, onde ocorrer comunicação há
aprendizado, há aprendizado onde houver ação do signo, e com esse entendimento,
talvez possamos ampliar a noção de processo educativo. Daí a grande importância
da Semiótica e que precisamos cada vez compreender melhor.
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