Reflexões sobre a educação contemporânea paulista
Rosenei Cristina R. Victor Alves
No
imaginário social percebemos marcas da ineficácia e de uma perspectiva negativa
da escola no Brasil e particularmente no Estado de São Paulo, colocando no
discurso a questão da qualidade do ensino como algo que não tem atingido
objetivos básicos de escolarização. Todavia ao olharmos para a construção
histórica desta escola temos a convicção de que precisamos resignificar as
ideias que perpassam a escola e o o ensino, bem como o processo de
democratização das últimas décadas, principalmente após a Lei de Diretizes e
Bases da educação Nacional (LDB nº9394/1996), onde encontramos na letra da lei
a expressão da universalização do ensino básico no Brasil de forma inédita,
alcançando a diversidade social a a pluralidade cultural. Não temos dúvida de
que tal fato se reveste de conflitos e problemas gerados pelas novas
modalidades de estar e aprender na escola. Os sujeitos envolvidos neste
contexto (alunos, professores, gestores e equipes técnicas) também precisam
rever suas práticas e posturas. A formação cidadã que está posta necessita de
que se repense as perspectivas das funções da escola, seu currículo, sua
didática e o foco da qualidade na produção do conhecimento.
A profissão docente tem sido fudamentada na
ideia de que o magistério é um setor crítico
nas sociedades contemporâneas, pois tem importância pelo seu número
elevado de trabalhadores e passam por eles, vínculos políticos e culturais pela
necessidade de socialização e formação nas sociedades modernas.
Tal
perspectiva tem embasado as discussões acerca da escola. Como já dissemos os
avanços são concretos, mas eles ainda não refletem a importância que a
sociedade atribui à escola que temos. Por outro lado, tanto outros desafios
encontramos nesta realidade de universalização do ensino. Podemos começar
pensando sobre o direito público à educação. A escola burguesa tem seus vieses
de exclusão social, mas também, através dos Estados Nacionais tem como um dos
seus pilares o orçamento para a educação, incluindo a estrutura física das
escolas, materiais de ensino e o custeio salarial dos docentes e seus gestores.
Como
um aspecto contraditório, os sistemas públicos criaram formas para garantir
“produção”, como se fosse possível, buscando em inúmeras avaliações externas o
cumprimento de metas para justificar o “investimento” público feito na
educação. Daí já podemos observar que a valorização da profissão docente e as
questões de formação ficam submissas às premissas economicistas. Tal fato não
impede outras conquistas já realizadas pela instituição escolar, mas representa
um desafio de base para o atendimento que já se atingiu na escola brasileira.
Assumir
a responsabilidade, neste contexto, passa por controlar o financiamento da
educação, bem como a oferta e o currículo, base da relação de ensino e
aprendizagem.
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