John Dewey e a educação como “reconstrução da experiência”: um possível
diálogo com a educação contemporânea
Rosenei Cristina R. Victor Alves
Neste estudo, Carlesso e Tomazetti (2009)
apresentam resultados de pesquisa bibliográfica a partir dos livros de John
Dewey, o que consideram fontes primárias e de estudiosos de Dewey, como fontes
secundárias e discutem o processo educativo entre gerações como a formação de “redes
de significação”. Assim, abordam a experiência como possibilidade para construção
de significação próprias para o sujeito em meio a sociedade em que vive.
Do pensamento de Dewey as autoras ressaltam que a experiência,
que esta sendo posta neste estudo, não pode ser definida como uma atividade que
pode ser dispersiva, todavia tal experiência carrega em si “um fluxo e refluxo
alimentados de significação. E esta significação só acontece quando há uma
continuidade na atividade, gerando mudança naquele que pratica a ação”
(p.576-7). Fica-nos claro que o homem é, em todos os seus processos de
aprendizagem formal ou não, resultante das experiências que constrói, mesmo que
não tenha a intenção como força motriz de uma ação. Aqui temos também o
princípio da continuidade de Dewey, que já recomendara oportunizar aos alunos
situações enriquecedoras e desafiadoras para lançá-lo a novos patamares de experiência.
“O ato de pensar inclui dilemas e, segundo Dewey, é em tais dilemas que se encontra
a atividade mental. É agregada a essa atividade uma dimensão de inquietude, de
investigação, de movimento e não de conformidade (...)” (p.578).
As autoras ressaltaram também que no estudo e na
tentativa de abranger o espaço escolar, organizaram entrevistas
semi-estruturadas com seis professoras do ensino infantil. “Nas entrevistas as
professoras foram questionadas sobre suas concepções e incentivadas a
descreverem suas práticas relativa ao conceito de experiência” (p.576). Estas
entrevistas foram fundamentadas na pergunta: O acontecimento da experiência é possível no espaço da sala de aula? Que
experiência é essa?
Diante deste trabalho as autoras demonstram que
ainda estamos assentados em um forte tradicionalismo educacional, ainda que nos
discursos docentes exista a idéia de que se fomente experiências, no sentido de
Dewey, como forma de construção de significações próprias dos alunos nas práticas
escolares.
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