O
PRAGMATISMO DE PEIRCE
ROSILENE
FIGUEIRA MIRANDA
O pragmátismo
de Charles Sanders Peirce, é uma corrente filosófica americana, que surgiu nos
primeiros anos na década de 1870.
Inicialmente
Peirce e Willian James pensavam o pragmatismo de forma dualista, “teoria e prática, pensamento e ação e,
sobretudo, significação e verdade”. O pragmatismo era pensado como um método ou
critério de significação. “O que se deseja, então, é um método capaz de
determinar o verdadeiro sentido de qualquer conceito, doutrina, proposição, palavra,
ou outro tipo de signo” (PEIRCE, 1983, p.6). Posteriormente, o pragmatismo passou
a ser considerado como método, e como todo método pressupõe um objeto, dessa
forma, o pragmatismo é um método de inquirição de qual e o que é o objeto, e
sua interferência em nossa vida.
A
inquirição é uma possibilidade de análise, diferente da investigação. Como o
próprio Peirce destaca: “não podemos definir ciência como investigação, porque investigadores
comumente têm objetos ulteriores e avaliam a verdade somente como um meio para
a aquisição deles”(PEIRCE apud WALL, 2007, p. 22).
O pragmatismo
por seu caráter livre das análises de conceitos, é um método lógico, com o
objetivo de dar clareza às nossas ideias, do que nos é cotidiano, e afetam
nossas condutas.
Para
Peirce o objeto ao ser analisado precisa se pautar na experiência, que em sua
concepção experiência diz respeito às categorias de pensamento, e as
experiências em seus mais diferentes níveis. E após a primeiridade e secundidade,
sobre determinado objeto analisado, por exemplo, ele afirma que a experiência possibilita
mediar o objeto e seu significado, a terceiridade.
Segundo
Peirce, aplicação do método só se torna
possível através da fixação da crença, que não pode ser confundida com dúvida,
e afirma,
“A
dúvida é um estado desagradável e incômodo, de que lutamos por libertar-nos e passar
ao estado de crença; este é um estado de tranquilidade e satisfação que não desejamos
evitar ou transformar na crença em algo diverso. Pelo contrário, apegamo-nos tenazmente
não apenas a crer, mas a crer no que cremos. (PEIRCE, 1975, p. 77) .
.
Para
Peirce embora crença e dúvida sejam diferentes, se relacionam. Pois através de
uma dúvida tentamos obter uma crença. Para o autor a crença não nos faz agir de
modo imediato, enquanto que a dúvida nos coloca em uma situação de estímulo que
vamos indagar até resolvê-la, para se chegar a uma crença. A esse esforço
Peirce dá o nome de perquirição. A crença nos leva a agir de determinada
maneira. Para ele as crenças existem porque solidificamos hábitos do cotidiano
dentro de nós, esse hábito ele o caracteriza como fixação da crença. Na crença
há um estado de comodismo.
É
através da perquirição que podemos mudar as condutas, mudar crenças e hábitos.
Fazendo
uma relação com a educação, o que se observa em muitas unidades escolares é
justamente a fixação da crença, por toda comunidade escolar. Criam-se hábitos,
não se instauram dúvidas, e principalmente, o professor se ele se acomoda nesse
estado de crença, não possibilitará aprendizagens significativas para os
alunos, aliás, nem para ele. O processo
de ensino e aprendizagem ficará estagnado. Se o professor não prestar atenção
nos signos dos alunos, fica difícil a aprendizagem e a evolução do
conhecimento. A tendência da maioria das escolas é usarem estímulos visuais
para alfabetizar, e se esquecem dos sensoriais.
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