PRIMEIRAS
IMPRESSÕES SOBRE A SEMIÓTICA
Rosilene
Figueira Miranda
A Semiótica é a ciência que estuda as linguagens, signos,
fatos culturais, como produtores de significados, e para Peirce, linguagem é a
capacidade humana de produzir signos de qualquer tipo, sendo que o autor define
signo sendo qualquer coisa que represente outra coisa para uma “mente”
interpretadora, sobre certos aspectos e de alguma coisa. Podendo ser de
diversas naturezas, o signo ser um gesto, uma palavra, um ritmo, um traço, etc,.
Portanto, a Semiótica é a ciência de toda e qualquer linguagem e investiga
todas as linguagens possíveis.
Peirce afirma que no processo da Semiose há o signo, o
objeto e o interpretante. Quando há uma relação interpretante entre o
indivíduo, o representante e o objeto, a relação interpretante é que vai gerar
o signo.
No entanto, o contexto precisa envolver o singular e o
social. Caso seja um signo isolado, não produzirá conhecimento. Sendo que os
signos mais desenvolvidos são criados a partir da evolução do conhecimento. Por
isso, seu caráter evolutivo. Peirce postulava uma teoria do crescimento contínuo
no universo e na mente do homem, baseado em lógicas radicalmente dialéticas,
pois o pensamento humano, ao mesmo tempo que pode transformar o universo, é
afetado por ele também.
Para Peirce o código convenciona certas relações entre o
signo e seus significados em um meio sociocultural. E a experiência é o
resultado cognitivo de todo viver. Sendo que o cognitivo não como representação
intelectual, mas sim, como algo que eu tenho consciência e com uma conduta
futura previsível. É um resultado da aprendizagem. No entanto, é necessário que
a experiência seja produto da reflexão. Dessa forma, todo e qualquer fato
cultural, atividade ou prática social, sendo significantes, constituem-se como
produção de linguagens e de sentido. O homem ao indagar quando quer compreender
um fenômeno, descobre significações. É através dele que os sinais vão se
modificando em signos ou linguagens, visto que é um produto de sua consciência.
Segundo Peirce, as pessoas exprimem suas impressões sobre
o contexto em que estão inseridas através de uma tríade:
- a primeiridade: que é a possibilidade,
qualidade de sentimento, o acaso, a originalidade. Tem muito haver com a
estética, por exemplo, você está viajando, vê uma paisagem belíssima, e diz que
nunca viu uma tão bonita, a partir desse comentário já não é mais a
primeiridade, visto que você já fez uma comparação. Portanto, deixou de ser
surpreendente. É a visão de segundos, imediata, nova e rápida;
- a secundidade: diz
respeito a singularidade, ao choque, à reação, alteridade. A secundidade tem
ligação com a ética, signos-ético-práticos. Tem a ver com a resistência, porque
o mundo reage. Estamos sempre diante de fatos que nos são externos, ou seja,
não posso fazer o que eu quero sempre. A secundidade dá á experiência seu
caráter de luta e confronto. Ação e reação puramente, sem a interferência de
outros fatores, como a razão ou da intenção;
- a terceiridade: é a
generalização, inteligência, lei, hábito, tem a ver com a lógica, signos
critícos-pragmaticistas. O ser humano tem uma tendência a ignorar o que vem
antes, e acaba por partir da terceiridade. É na terceiridade, por ter uma
análise intelectual, inteligente do pensamento em signos, representamos e
interpretamos o mundo. Quando estamos diante de qualquer fato ou fenômeno, para
compreendê-lo a consciência produz um signo, ou seja, um pensamento entre o
fato e nós.
Por isso, é importante nos avaliarmos, para saber se na Pedagogia
não estamos partindo da terceiridade, e com isso limitando as possibilidades de
aprendizagem dos alunos, quando utilizamos métodos e atividades sistematizadas.
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