Silva (2008), em seu
artigo intitulado A perspectiva semiótica da educação, um dos textos analisados
na disciplina Entre Saberes Docentes e Aprenderes Discentes: Questões Teóricas
e Metodológicas ministrada pelo Prof. Dr. Mauro Betti, faz uma relação entre
semiótica e educação, baseado nos estudos de Charles Sanders Peirce (1839 – 1914),
por meio de Lucia Santaella e Lauro Frederico Barbosa da Silveira.
Primeiramente aborda a
definição de semiótica, partindo de toda fenomenologia de Pierce, depois
relaciona semiótica e aprendizagem e finaliza exemplificando situações em que ocorrem
semiose em processos educacionais.
No entanto, a meu ver, o
que mais merece destaque é a abordagem realizada entre semiótica e
aprendizagem, argumentando que “todo aprendizado ocorre por signos. O processo
comunicativo é fundamental à cognição. Aprendemos comunicando e comunicamos
aprendendo. Mesmo sem querer, aprendemos, todas as vezes que participamos de
uma cadeia sígnica”.
Dessa forma, a autora cita que não
importa a situação de comunicação que se inicia, sempre poderá ocasionar
aprendizagens, seja em ambientes sociais informais como nos informais. Agora, o
conteúdo destas aprendizagens é outra história, sendo a escola o ambiente que
procura conduzir o aprendizado com objetivos pedagógicos específicos.
Porém, o afeto também inicia situações
de aprendizagem, onde somente aquilo que é afetado, atinge a mente. Dessa
maneira, em ambientes escolares, Silva (2008) diz que sempre que ocorrer
comunicação haverá aprendizagem, levando em conta a possibilidade de cada um e o
afeto dado e recebido no decorrer do processo, gerando ritmos de aprendizagem
diferentes.
Silva (2008) diz que há a necessidade de
se insistir na importância do afeto, pois este se conecta à primeiridade,
categoria indispensável de todo processo semiótico. “Sem esse sentimento de
algo que nos toca não se efetua processo sígnico completo”.
De acordo com a autora, para Pierce, o
pensamento não é uma característica exclusivamente humana, está presente em
todo universo, criando diálogos e negociações, estando em constante semiose.
E finaliza esta parte do artigo citando
o mais famoso pensamento de Pierce que diz que o pensamento não está em nós, nós é que estamos em pensamento. “Não reagimos mecanicamente às situações,
de forma sempre igual. Estamos sempre em movimento, criando novos signos,
aprendendo”.
Referência
SILVA, A. C. T. da. A perspectiva semiótica da
educação. Revista Teoria e Prática da Educação, Maringá, v. 11, n.3,
p.259-267, set-dez. 2008.
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