Efectivamente, alcanzar la educación
plena és un imposible, porque ésta siempre es un proceso sin meta final: cuando
se llega a un objetivo, deben perseguirse otros y siempre, después de éstos,
surgirán más. Pero esta terea, concreta y utópica, es la que hace al individuo
cada vez más hombre. (CASANOVA, 1993, p. 16)
Entendendo que as pesquisas na área da
educação só fazem sentido se puderem contribuir para as práticas docentes na
sala de aula e assim, potencialmente colaborar para a melhora da qualidade dos
processos de ensino e de aprendizagem, não pude deixar de ser atraída pelas
idéias elaboradas por Stenhouse.
Para este autor a pesquisa só se completa
quando é colocada em prática, na realidade do cotidiano social. Por sua vez, a
pesquisa em educação exige que o conhecimento construído por meio dela seja
colocado em prática nas salas de aula, pelos professores.
Considera que, ao colocar elaborações
teóricas em prática, o professor não estará apenas empregando o conhecimento já
elaborado, mas realizando sua própria investigação a partir deste. Stenhouse
nomeia esta prática de “investigação na ação” (CASANOVA, 1993, p. 11).
Para ele é somente com a investigação realizada pelos professores em sala de
aula que se confirma a validade do que foi investigado em âmbito teórico.
Propõe a completa união entre teoria e prática.
Autores como André (1997), Monteiro (2008), que
abordam a pesquisa em educação também têm discutido a respeito da união entre
teoria e prática, bem como sobre a participação do professor e mesmo dos alunos
como sujeitos ativos na pesquisa, bem como das contribuições de pesquisas que
utilizam como metodologia a etnografia e a pesquisa-ação. Contudo, ainda que
muito se tenha discutido sobre a participação dos professores como sujeitos
ativos nas pesquisas e, portanto, no processo de produção de conhecimento, sua
função, para a maioria dos autores que tratam da metodologia da pesquisa em educação,
é complementar. Já para Stenhouse, o professor deve assumir papel central, ele
é não apenas um colaborador, mas ele mesmo é quem realiza a pesquisa e, ao
mesmo tempo, quem pode validar a(s) pesquisa(s) realizada(s) pelos cientistas.
Para Stenhouse, estes estudos só poderão
aperfeiçoar o ensino se fornecer hipóteses que o professor possa testar e/ou
comprovar, e apresentar descrições de casos tão ricas em detalhes que permitam
aos docentes compará-los com seus próprios casos.
É claro que esta concepção de investigação em
ação com base no ensino, não está isenta de obstáculos, como a falta de tempo
dos professores para sistematizar suas dúvidas investigativas e aperfeiçoar-se.
Por isso, “es mucho lo necesario para aliviar la carga del profesor
dispuesto a embarcar-se en un programa
de investigación e desarrollo”. (STENHOUSE, 1993, p. 39)
Uma crítica que é feita constantemente, por
autores que discutem metodologia de pesquisa em educação, as investigações
desenvolvidas pelos professores em seu próprio ambiente de trabalho é o grande
risco de viés do investigador. Em relação a isto, entretanto, Stenhouse afirma
que segundo suas observações “la dedicacion de los investigadores profisionales
a sus teorias es una fuente más grave de parcialidad que la dedicacion de los
profesores a su práctica” (SETENHOUSE, 1993, p. 38).
Em relação à atuação do professor como
investigador para aperfeiçoamento da sua prática este autor acrescenta ainda
que a base para a formação do professor enquanto investigador é a
“auto-observação” e que, mediante esta, torna-se consciente de sua prática e
pode utilizar a si mesmo como instrumento de sua investigação.
Entendo que esses princípios apresentados por
Stenhouse se forem incorporados às práticas docentes, podem realmente
proporcionar aperfeiçoamento do trabalho e, consequentemente, dos processos de
ensino e aprendizagem. E, conforme o que este autor apresenta, os resultados efetivos dessa postura profissional de
investigação, só poderão ser visualizados a partir das práticas docentes assim
organizadas.
REFERÊNCIAS
ANDRÉ,
Marli Eliza Dalmazo Afonso de. Tendências atuais da pesquisa na escola. In: Cadernos CEDES. DEC: Campinas, 1997, v.
18, n. 43.
CASANOVA,
Maria Antonia. Prologo a la edicion española. In: STENHOUSE, L. La
investigación como base de la enseñanza. 2 ed. Madrid: Morata, 1996.
MONTEIRO,
Silas Borges. Pesquisa-ação e produção de conhecimento na formação docente. In:
Pimenta, Selma Garrido; Franco, Maria Amélia Santoro (Orgs.). Pesquisa em Educação: possibilidades
investigativas/formativas da pesquisa-ação. São Paulo: Loyola, 2008.
STENHOUSE,
L. La
investigación como base de la enseñanza. 2 ed. Madrid: Morata, 1996.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.