segunda-feira, 10 de novembro de 2014


Considerações sobre a prática do pragmatismo: Floyd Merrel

 

Rosenei Cristina R. Victor Alves

 

Neste estudo Floyd Merrel fundamenta a questão da aprendizagem para além do mental. Mostra-nos a aprendizagem como uma questão de interdependência, inter-relacionalidade e interatividade. Em cada um desses conceitos coloca respectivamente, que “cada passo pela estrada pedagógica em direção ao conhecimento tem uma dependência com todos os passos” (p.12); “porque todo conhecimento tem relação com todos os objetos do conhecimento, com o conhecimento das múltiplas interpretações destes objetos” (p.12); e “porque qualquer mudança tem consequências que afetam tudo” (p.12). Assim, este conjunto de fatores interage fortemente no processo de aprendizagem rompendo com o racionalismo dualístico.
Então para a aprendizagem e conhecimento, ou a aquisição de novos conhecimentos, precisa-se considerar os conhecimentos que se tem a priori e as sensações também, posto que a experiência humana é um processo de perceber, conceber e aprender, numa grande circulariedade de  tensões.
Na critica que faz ao empirismo e ao racionalismo- dualismo levanta a idéias de que para e avançar nas nossas concepções precisamos do  rompimento de uma versão linear em busca de uma compreensão tridimensional, pois sempre há várias possibilidades e várias  crenças como um fluxo que compõe o cotidiano  da escola e a relação entre o professor e o aluno.
Coloca-nos questões, entre outras: “Como pode existir a aprendizagem do que ainda não sabemos se a mente tem conhecimento a priori? Se a mente não é ignorante, mas sabe dividir o mundo nas categorias próprias, como é que pode errar?” (p.14). Através destes questionamentos, o autor tece com muita propriedade criticas ao racionalismo. E reforça: “Precisamos de algo além da mente” (p.15).
Merrel aponta-nos que significados do mundo, ou seja, a significação do mundo se dá quando vivenciamos e nas relações que estabelecemos com pessoas e objetos criarmos sentidos e significados internos e externos e experimentamos a realidade a partir do movimento de resignificação - a realidade reconstruindo os significados. Nas suas palavras: “(...) A vida está cheia de surpresas. (...) porque ao contrário do Zero, que é possibilidade pura, a primeiridade tem existência, mas não tem existência para nós, isto é para nossa consciência” (p.19-21).
Precisamos compreender que os nossos desejos que as nossas crenças coincidam com os fatos não se dão de forma simplista. Aprender também não o é. A realidade é aquilo que é independente de nossas opiniões e crenças sobre ela e que possa ou não ser transformada.
O que seriam os fundamentos e os princípios de uma educação pragmaticista? Poderemos dizer que o pragmatismo é a inteligência, ou o pensamento em ação, sem ignorar o real. O pensamento é livre e pensar e agir dessa forma propicia o surgimento de novas idéias.
Ampliar nossas percepções sobre educação passa por dedução (algo que deve ser), indução (algo operatório ou elementos para comprovar uma teoria) e abdução (a sugestão de que algo pode ser), embora entendamos que na educação é difícil fazer indução pela dificuldade em explicitar fundamentos, características e diferentes concepções.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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