domingo, 9 de novembro de 2014

PRIMEIRAS IMPRESSÕES SOBRE A SEMIÓTICA

Rosilene Figueira Miranda


            A Semiótica é a ciência que estuda as linguagens, signos, fatos culturais, como produtores de significados, e para Peirce, linguagem é a capacidade humana de produzir signos de qualquer tipo, sendo que o autor define signo sendo qualquer coisa que represente outra coisa para uma “mente” interpretadora, sobre certos aspectos e de alguma coisa. Podendo ser de diversas naturezas, o signo ser um gesto, uma palavra, um ritmo, um traço, etc,. Portanto, a Semiótica é a ciência de toda e qualquer linguagem e investiga todas as linguagens possíveis.

            Peirce afirma que no processo da Semiose há o signo, o objeto e o interpretante. Quando há uma relação interpretante entre o indivíduo, o representante e o objeto, a relação interpretante é que vai gerar o signo.

            No entanto, o contexto precisa envolver o singular e o social. Caso seja um signo isolado, não produzirá conhecimento. Sendo que os signos mais desenvolvidos são criados a partir da evolução do conhecimento. Por isso, seu caráter evolutivo. Peirce postulava uma teoria do crescimento contínuo no universo e na mente do homem, baseado em lógicas radicalmente dialéticas, pois o pensamento humano, ao mesmo tempo que pode transformar o universo, é afetado por ele também.

            Para Peirce o código convenciona certas relações entre o signo e seus significados em um meio sociocultural. E a experiência é o resultado cognitivo de todo viver. Sendo que o cognitivo não como representação intelectual, mas sim, como algo que eu tenho consciência e com uma conduta futura previsível. É um resultado da aprendizagem. No entanto, é necessário que a experiência seja produto da reflexão. Dessa forma, todo e qualquer fato cultural, atividade ou prática social, sendo significantes, constituem-se como produção de linguagens e de sentido. O homem ao indagar quando quer compreender um fenômeno, descobre significações. É através dele que os sinais vão se modificando em signos ou linguagens, visto que é um produto de sua consciência.

            Segundo Peirce, as pessoas exprimem suas impressões sobre o contexto em que estão inseridas através de uma tríade:
-  a primeiridade: que é a possibilidade, qualidade de sentimento, o acaso, a originalidade. Tem muito haver com a estética, por exemplo, você está viajando, vê uma paisagem belíssima, e diz que nunca viu uma tão bonita, a partir desse comentário já não é mais a primeiridade, visto que você já fez uma comparação. Portanto, deixou de ser surpreendente. É a visão de segundos, imediata, nova e rápida;

- a secundidade: diz respeito a singularidade, ao choque, à reação, alteridade. A secundidade tem ligação com a ética, signos-ético-práticos. Tem a ver com a resistência, porque o mundo reage. Estamos sempre diante de fatos que nos são externos, ou seja, não posso fazer o que eu quero sempre. A secundidade dá á experiência seu caráter de luta e confronto. Ação e reação puramente, sem a interferência de outros fatores, como a razão ou da intenção;

- a terceiridade: é a generalização, inteligência, lei, hábito, tem a ver com a lógica, signos critícos-pragmaticistas. O ser humano tem uma tendência a ignorar o que vem antes, e acaba por partir da terceiridade. É na terceiridade, por ter uma análise intelectual, inteligente do pensamento em signos, representamos e interpretamos o mundo. Quando estamos diante de qualquer fato ou fenômeno, para compreendê-lo a consciência produz um signo, ou seja, um pensamento entre o fato e nós.

            Por isso, é importante nos avaliarmos, para saber se na Pedagogia não estamos partindo da terceiridade, e com isso limitando as possibilidades de aprendizagem dos alunos, quando utilizamos métodos e atividades sistematizadas.     


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