domingo, 9 de novembro de 2014

EDUCAÇÃO E SEMIÓTICA PERCIANA


Educação e Semiótica Peirciana

 

Rosenei Cristina ribeiro Victor Alves

 

O estudo da Semiótica na área da Educação é ao mesmo tempo complexo e fascinante, pois nos conduz a reflexões por caminhos desconhecidos. Para estas reflexões na educação é preciso algumas das categorias básicas de Peirce, ou melhor: primeiridade, secundidade e terceiridade. Penso que essas categorias foram alguns dos maiores dilemas que vivenciamos nos nossos encontros em aula e nas nossas leituras e ao olharmos para a prática, podemos enxergar exemplos e aplicações daquilo que estamos aprendendo.

 Para entender a formação do signo que representa algo para uma mente, busquei identificar inúmeras ações que temos e observamos na prática educativa e se não revermos muitas das crenças que temos, não conseguimos superar verdadeiramente situações que se reproduzem nas escolas e que um “olhar” que não atinge a terceiridade não permite superações. Assim, abordo algumas compreensões que me fizeram entender de forma mais clara a semiótica de Peirce.

Nesta relação, percebo que a educação tem que muitos dos dilemas relacionados ao seu fazer e estão intimamente ligados com a lógica de Peirce. Por exemplo, quando debatemos sobre o ensino e aprendizagem na escola. O fato é que estamos sempre ensinando e aprendendo alguma coisa, mesmo não sendo o esperado, e a diferença que o conhecimento proposto pela escola é aquele que procura conduzir o caminho do aprendizado.

Nas leituras e nas aulas compreendi de forma mais clara que a semiótica rompe com as dualidades e que as relações naturais e o processo de conhecimento ocorrem por meio de relações triádicas. Então:

Primeiridade como sendo a “sensação, a pura observação, uma euforia que aparece. É a categoria da liberdade, da espontaneidade, não chega a ser consciente, quando pensamos nela já estamos na secundidade.”

Secundidade sendo a “categoria do confronto do choque com o outro, do presente sem reflexão, da surpresa. Um esbarrão na esquina, o detectar de uma presença. No instante em que percebemos que a presença é de algo, já estamos na terceiridade.”

Terceiridade sendo a “categoria do entendimento, da reflexão, da relação, do signo completo.”

Para entender melhor as categorias e a tríade de relações, me remeti novamente a questão do signo. Signo é o responsável por fazer a mediação entre uma mente e um objeto. Por outro lado o que isso tem a ver com a semiótica? Para a semiótica, onde ocorrer comunicação há aprendizado, há aprendizado onde houver ação do signo, e com esse entendimento, talvez possamos ampliar a noção de processo educativo. Daí a grande importância da Semiótica e que precisamos cada vez compreender melhor.

 

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