No prefácio do livro A Mistificação Pedagógica: realidades
sociais e processos ideológicos na teoria da educação, Bernard Charlot
discute sobre o processo de a educação escolar estar desvinculado das questões
sociais. No qual a educação trabalha com a ideia de natureza humana e não de
condição humana. A aprendizagem passa a ser vista como a capacidade do
indivíduo, não se levando em consideração a história do sujeito. Situação
imposta por uma sociedade neoliberal, que coloca como importante a
concorrência, por isso a existência de diferenças passa a ser interessante para
essa ideologia dominante, que faz com que essa situação seja aceita como
natural. Condição que as escolas reproduzem, sendo que sua real função, seria
fazer com que a classe dominada tivesse consciência de sua realidade e passasse
a requerer mudanças. O método científico de Peirce permitiria essa nova visão
da realidade, no qual a abdução, que seria a ideia que a escola deveria
trabalhar, fazendo o sujeito pensar sobre sua situação; a dedução faria com que
esse sujeito a partir de suas análises, passasse a entender e ter consciência
dos motivos de sua situação; e a indução faria com que esse sujeito passasse a
requerer mudanças, mudando sua conduta.
Thais Watakabe
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