A conversa com Bernard
Charlot nos possibilitou uma compreensão mais ampla do texto “A mistificação pedagógica”
discutido nas aulas e, a partir das perguntas colocadas por alguns colegas,
permitiu fazer uma interlocução com outras questões como a semiótica e a teoria
da atividade, enfatizando que o sentido e o desejo na busca do saber são
elementos importantes para que se encontrem novas possibilidades de aprender
para os alunos, tão necessárias nas escolas do presente.
Charlot nos chamou a atenção
para o fato de que a democratização do ensino não garantiu o sucesso na
educação para todos. Na sua reflexão, as desigualdades sociais presentes na sociedade
brasileira continuam sendo fator importante no fracasso escolar.
E pensar que o uso de
tecnologias vai resolver esse problema ou da deficiência no processo
ensino-aprendizagem é uma mistificação pedagógica. O advento de novos recursos
tecnológicos, bem como o acesso a eles pelos alunos nas escolas públicas é um
importante aliado para a busca de informações, contudo, isso não vai resolver o
problema das escolas e da educação. Nesse sentido, Charlot ressaltou que não se
pode pensar a educação sem levantar a questão da desigualdade social e suas
implicações na mesma, pois não há neutralidade nesse processo. A naturalização
da presença da escola dual (uma para as camadas populares e outra para os que
detêm maior poder aquisitivo) é uma referência dessa implicação.
Enfim, a conversa com
Bernard Charlot foi um convite a refletir sobre a educação e os desafios presentes na escola de hoje.
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