Do livro de
Charlot, Relação com o
Saber: Formação dos Professores e Globalização, podemos extrair algumas reflexões importantes sobre a questão
da escola e o fracasso escolar.
Por que os alunos fracassam na escola? Uma concepção muito
forte em nossa sociedade diz que os alunos das classes populares têm a
tendência ao fracasso escolar. Em parte, a mídia contribui com essa ideia, pois
trata o fracasso escolar de forma generalizante.
Mas o que faz com que os alunos, mesmo sendo das classes
populares tenham sucesso?
Ao pensar no fracasso escolar e sua relação com o saber,
Charlot discute justamente essa determinação fatalista, que diz que os alunos
das classes populares fracassam na escola. O que dizer então do bom desempenho
dos alunos nas escolas públicas?
Nos alerta para a necessidade de sair do fatalismo, da
culpabilização da sociedade, do aluno, do professor.
Para analisar o fracasso escolar temos que levar em consideração
a relação com a família do aluno, mas não se reduz a ela. É necessário
considerar a singularidade e a história dos indivíduos e como esse aluno se
relaciona com sua classe social. E também não pode-se esquecer da sua
afetividade com o saber.
A origem social não é causa do fracasso escolar. Essa ideia
é muito determinista.
A questão, que vai além da classe social então, é da relação
que se tem com o saber (da aprendizagem, da experiência escolar).
A aula para este aluno é interessante? Tem relação com o
mundo? E a relação que o aluno tem com o professor?
Todas essas questões apontadas por Charlot nos permitem repensar sobre a questão do fracasso escolar e aprendizagem tão amplamente
discutidas e também sobre nossa própria prática pedagógica.
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