De
acordo com a solicitação do professor de uma análise do texto de Bernard
Charlot (CHARLOT, B. A mistificação pedagógica: as formas contemporâneas de um
processo perene - prefácio à nova edição brasileira. In: _____. A mistificação pedagógica: realidades
sociais e processos ideológicos na teoria da educação. São Paulo: Cortez,
2013. p. 33-50)
a partir das noções de “crença” e “dúvida” e do “método científico
(abdutivo-indutivo)” de Charles S. Pierce, tenho a comentar:
O texto discute o fato
do processo de educação escolar estar desvinculado das questões sociais e
alerta para o fato de que uma mudança social requer uma Pedagogia Social na
prática e não apenas em discursos. E que quando a educação não valoriza este
aspecto contribui para silenciar as realidades sociais. Outro aspecto relevante
do texto é quando o autor discute os modismos na educação, como por exemplo, o
uso da informática versus o ensino tecnicista, o relevante da discussão é
alertar os professores para o papel fundamental que os mesmos desempenham no
sentido de discutir e refletir de forma mais elaborada os prós e contra das
propostas. E que acreditar que equipamentos ou técnicas resolverão o problema
da educação, ou seja, o acesso, a permanência e o processo de ensino e
aprendizagem eficaz é simplesmente mais uma vez ignorar a dimensão social e
contribuir para a produção de uma nova forma de mistificação pedagógica. Ainda
ao longo do texto o autor critica e descreve a lógica neoliberal e a educação
nas décadas de 60, 70, 80 e 90. Por fim, o autor alerta para o fato de que a
educação deve ser um processo triplo de humanização, socialização/ingresso em
uma cultura e subjetivação/singularização, onde seja indissociável a condição
humana, social e singular. Diante do exposto o comparativo que podemos fazer é
no sentido de que com base nos textos lidos de Pierce parece nos que a dúvida
gera a investigação e posteriormente a crença e isso afeta o ser humano e portanto
no processo educacional em todas as fases a questão social deve ser considerada.
A escola e os professores têm um papel fundamental, não somente na transmissão
do conhecimento científico como muitos acreditam, mas principalmente no papel de
levar o aluno a refletir sobre este conhecimento cientifico, e também sobre as
condições sociais e a partir destas reflexões provocar mudanças no sujeito, no
seu comportamento e consequentemente colaborar para o processo de transformação
social que de fato esperamos e acreditamos.
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