segunda-feira, 16 de junho de 2014

Alunos, escolas e aprenderes: desafios da educação do presente

Pensar  a escola pública e os alunos que nela estudam tem desafiado a comunidade científica dedicada  à educação.  A educação no Brasil demorou a ser entendida como uma preocupação nacional (ainda hoje não parece ser) e desde o movimento dos pioneiros na década de 30 do século passado os debates sobre a democratização do ensino no Brasil têm sido constantes. Há que se pensar que a educação não é serviço prestado ao povo, mas um direito que deve ser garantido e priorizado nas políticas públicas. O texto de Bernard  Charlot  “ Relação  com o saber  e com a escola entre estudantes de periferia”, proposto para leitura na disciplina nos desafia a pensar nas realidades escolares do Brasil.
As indagações que sempre me coloco enquanto professora é que a escola deveria ser a mesma para todos, com igualdade de condições de acesso e permanência, assim como, com condições de ensino aprendizagem adequadas e suficientes para todos. No entanto, essa não é a realidade que temos. Diante de tantas avaliações institucionais e alardes sobre inúmeros programas implantados pelo MEC, vemos a precarização da educação básica incapaz de atender o alunado que nela estuda. Estatísticas alarmantes sobre questões como alfabetização, evasão escolar de jovens e adolescentes, condições desumanas de transporte escolar e outras situações nos levam a refletir sobre o que Charlot discute em seu texto: que aprenderes esses alunos tem na escola? Qual a relação que eles estabelecem com o saber?
Como diz o texto: A relação com o saber é uma relação social no sentido que não somente as condições de existência desses jovens, mas também suas expectativas em face do futuro e da escola exprimem as relações sociais que estruturam nossa sociedade.

Nesse sentido, refletimos também que a formação do professor que atua nessas escolas precisa levar em conta as problemáticas vivenciadas no seu cotidiano para que esse profissional saiba lidar com o processo formativo dos alunos. O texto de Azanha, na sua proposta de mapeamento da escola nos leva a perceber de forma intensa a necessidade de pesquisas a partir da escola para que os alunos, seus aprenderes, suas expectativas e sua relação com o saber não sejam apenas números estatísticos, mas realidades concretas a serem trabalhadas nas práticas escolares.

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