terça-feira, 10 de junho de 2014

O pragmaticismo de Peirce: uma reflexão sobre a educação brasileira

              O pragmatismo de Peirce é uma corrente filosófica americana que propõe a discussão de conceitos como a crença, hábitos, método e ação. Esses conceitos foram discutidos em aula a partir do artigo de Costa e Silva (2011, p. 19) que apresenta a definição de crença segundo Bain como “aquilo com base em que um homem está preparado para agir”. A definição de método é dada no texto por uma citação do próprio Peirce (1983, p. 6) como “[...] método capaz de determinar o verdadeiro sentido de qualquer conceito, doutrina, proposição, palavra, ou outro tipo de signo”.
            A partir desses conceitos os autores Costa e Silva (2011, p. 21) trazem a definição do pragmatismo como inquirição, ou seja, de análise como “[...] um método para investigar o que, qual seu objeto, e ainda como ele pode ou não influenciar nossas crenças?
            Dessa forma, poderíamos pensar no pragmatismo para inquirir a educação brasileira, a partir da relação crença, dúvida e hábito.
            Para isso, seria necessário considerar a crença fixa (que nos apresenta um aparente estado de tranquilidade) que temos a respeito de como deve ser o processo educativo brasileiro e a função da escola e de seus alunos,  e deixar se levar pelo estado de dúvida, que nos incomodaria em busca da transformação. Poderíamos nos perguntar porque os jovens não gostam de ir para a escola? Por que eles querem ir embora quando lá estão? Porque apresentam um grande número de faltas? Porque não aprendem aquilo que desejamos lhes ensinar?
            Nessa relação de inquirição entre crença e dúvida, aparecem os hábitos que tentam afirmar nossas crenças, pois estes contribuem para a fixação das crenças e seu fortalecimento.  
Para continuar nossa reflexão, Merrell (2004) em “A prática do Pragmatismo: aprender vivendo, viver aprendendo”, apresenta a ideia central de que devemos compreender que a aprendizagem é uma questão de interdependência, inter-relacionalidade e interatividade. 
Ao levantar essa questão, Merrell (2004) destaca que a experiência deve ser pensada não como algo externo (empirismo), mas que experimentamos nossa realidade em termos de significados.
Diante disso, devemos abandonar esse dualismo presente no âmbito da Educação e observar o fluxo entre todos os elementos que compõem o universo educacional.
Desta forma, uma possibilidade apresentada por Peirce seria a construção de um “pensamento triádico e de fato, radicalmente não linear, de modo que entre cada par de opções sempre existe outra opção, entre os pares de opções que ficam, outras opções ..., e outras, sem fim” (Merrell, 2004, pg. 18).
Chama a atenção nesse processo o papel da reflexão, o que possibilitará a categorização e a análise destas como signos num pensamento tríadico, em busca de uma compreensão lógica da educação brasileira considerando suas nuances e com possibilidades para romper com as crenças e hábitos existentes.
Segundo Costa e Silva (2011, p. 31) como resultado desse processo temos o significado em forma de tríade, como “[...] a expressão do pensamento lógico do interpretante [...]”, a quem se aventurar nessa reflexão sobre a educação brasileira.

Rosangela Ap. Galdi da Silva

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