segunda-feira, 2 de junho de 2014

Primeridade, secundidade e terceridade: pontuando os conceitos

Com o passar das aulas, de pouco a pouco, os conceitos de primeridade, secundidade e terceridade que eram até então totalmente desconhecidos, agora tornaram-se familiares. Confesso que no início os conceitos não estavam claros, e as vezes confusos. Mas com a leitura dos textos, explicações e discussões das aulas ajudaram bastante.

Além disso, a leitura da dissertação (ver referências) para o seminários sobre semiótica esclareceu os resquícios finais de dúvida que ainda pairavam em minha mente. O autor tece sua síntese sobre a semiótica pierceana no primeiro capítulo, e é a partir deste capítulo que irei redigir os pontos principais da primeridade, secundidade e terceridade.

PRIMERIDADE:
  • mais abstrata;
  • é o estado único da consciência que não faz distinção;
  • "presentidade" sem distinção de temporalidade;
  • não há nada que a determina anteriormente;
  • para o interno (consciência/sujeito): qualidade da sensação (não do sentimento!
  • para o externo (consciência/fenômeno): condição de diversidade do fenômeno;
  • para o mundo ontológico: infinidade de causas que poderiam determinar algo a posteriori;
  • possibilidade de alguma coisa.

SECUNDIDADE:
  • experiência das diferenças;
  • para o interno: ego e o não ego;
  • para o externo: reação a uma ação deflagrada anteriormente, que seria a primeridade;
  • para o mundo ontológico: é a existência concreta, o fato em si, aquilo que deixou de ser uma possibilidade (primeridade) para vir a ser;
  • território do conflito e da insistência;
  • relação de temporalidade: passado e presente;
  • condições de discernir refere-se a condição fundamental para as coisas tornarem-se cognoscíveis.

TERCERIDADE:
  • mediação;
  • permite a cognoscibilidade;
  • para o interno: pensamento e linguagem;
  • para o externo: consciência da ordenação dos fenômenos;
  • para o ontológico: a lei criada através das regularidades;
  • relação de temporalidade: passado, presente e futuro - condição de generalizar os particulares para fazer previsões futuras);
  • o terceiro precisa de um segundo que não é regular, apenas discriminatório, para se estabelecer a repetição de fatos;
  • como a primeridade, a terceridade também é uma categoria de generalização, mas uma generalização de particulares e não de possibilidades.


REFERÊNCIA:

CAMPANHOLE, Sidney Gomes. Vejo logo simbolizo! Uma abordagem semiótica da percepção da linguagem visual. 2006. 134f. Dissertação (Mestrado em Comunicação e Semiótica). Pontífica Universidade Católica, São Paulo, 2006.

Disponível em: http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/DetalheObraForm.do?select_action=&co_obra=32184

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