quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

A EXPERIÊNCIA COLATERAL E CHARLES S. PEIRCE

A síntese é baseada no texto “A experiência colateral e sua importância para a semiose telejornalística”, Aline M. Grego Linz, 2003.

A autora trabalha o conceito de experiência colateral de Charles S. Peirce e aponta a importância que ela pode trazer para setor telejornalistico. Focamos-nos em trazer uma reflexão apenas em relação ao conceito de experiência colateral.
Para Peirce, a experiência colateral é o conhecimento necessário para que se entender determinada relação entre objeto e signo. Holanda (1986) explica que colateral é o que está paralelo, no entanto seu significado pode se referir ao que está em uma cadeia, linha, embora ela não tenha que ser reta. Nesse sentido, Peirce aponta que a observação colateral não é necessariamente uma proximidade, familiaridade com o sistema de signos, “O que assim é inferido não é colateral, pelo contrário, constitui o pré-requisito para conseguir qualquer ideia, significado do signo. Por Observação Colateral quero referir-me á intimidade prévia com aquilo que o signo denota” (Peirce, 1992, CP-8.179).

A partir dessa definição, compreende-se que a experiência colateral corresponde ao que se situa fora do signo,  externo ao interpretante, mas que funcionam como auxílio para a compreensão, interpretação pelo intérprete do: interpretante, signo e objeto. Nesse sentido, Santaella (1995) explica que apesar deste processo ser um efeito produzido pelo signo, é o objeto que o interpretante tem como objetivo atingir. Logo após a breve explanação, a autora do texto faz a seguinte pergunta: “ Como é possível garantir ao interpretante que o objeto ao qual ele se refere é o mesmo objeto que o signo representa?” Para responder essa indagação, evoca o que Peirce chamou de três níveis de segurança: Nível Instintivo, nele se situa o universo das qualidades, dos sentimentos das sensações. Experiência Colateral e Nível da Forma. Na Experiência Colateral, Savan (1997) chamou a atenção para o fato de esses signos que por meio da experiência fornecem segurança, passassem para a denominação “empíricos” por residir na experiência sua origem. A autora apoiada em Savan explica que “o objeto que determina o signo está inserido num contexto e, esse signo, por sua vez, determina o interpretante que, em alguns casos, para se produzir num determinado intérprete, poderá requerer desse intérprete um conhecimento colateral”.

Sendo o processo:
 
Neste sentido, Peirce pontua que:
Para que um signo possa ser interpretado, isto é, para que o representamen possa ser um signo, é necessário que seu intérprete tenha um conhecimento colateral do objeto (ou dos objetos) do signo. Este conhecimento é resultado da experiência, o que corresponde a um estado cognitivo resultante, em última análise, da percepção. (Peirce, MS 675).
Sendo assim, a experiência colateral do objeto, contribui para que seja minimizada a incompreensão de alguns aspectos do signo, sendo sua principal função: complementar e fornecer um elemento a mais na procura de outros objetos e interpretantes considerados bons, com intuito de suprir as dificuldades apresentadas pela generalidade do signo, que ao tentar representar o objeto, se aproxima apenas de uma parte dele, não o todo.

Texto escrito por : Keith Braga 

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