quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

AS ETAPAS NA FIXAÇÃO DA CRENÇA

A síntese apresentada foi subsidiada pelo texto: Pragmatismo e os pragmáticos nos estudos organizacionais, de Francis Kanashiro Meneghetti, 2006.

O pragmatismo pode ser compreendido de forma sintética como uma doutrina que acredita que a utilidade das ideias se faz na ação, e tem como pragmático: aquilo que efetivamente se materializa em ação. Sendo assim, ideias só são uteis quando podem produzir um efeito prático. Charles S. Peirce é considerado um importante teórico construtor do pragmatismo enquanto ciência. Na perspectiva peirceana, o conhecimento é em sua essência a pesquisa. No entanto, não se restringe a isso, mas evidencia que esse pesquisar é encaminhado para a ação. Para trabalhar essa ideia o autor do texto explica que na perspectiva semiótica, esse processo se dá no momento da dúvida. A dúvida provoca um incômodo, uma angústia, uma irritação constante, e caberá o pesquisador tentar estabelecer formas de superar esse estado de desconforto, buscando assim a crença, que é o elemento principal do desenvolvimento de hábitos para as nossas ações. A partir disso, Peirce apresenta os caminhos, níveis, que passamos para se chegar na fixação da crença:

Método da tenacidade: é exemplificado na história do avestruz que enterra sua cabeça na terra quando se depara com algo que não consegue lidar. É o esconder-se da realidade. Isso pode ser identificado no momento em que o pesquisador se depara com outras crenças, diferentes das dele. Esse confronto causa instabilidade, insegurança no pesquisador, pois percebe que essas outras crenças também são consideradas válidas por outros.

Método da autoridade: refere-se ao método das crenças organizadas. Tenta-se conseguir concordância de quem não parte de suas explicações a partir da ignorância. O processo se dá em busca da harmonia, porque Peirce ressalta que nenhuma crença dura pra sempre, mudanças no viver redirecionam posições e necessidades de cada momento.

Método do a priori: Posição determinada por tendências elementares conforme uma razão. Esse método leva o fracasso, pois a razão de um não pode considerada a de todos, são diferentes.

Método científico: Este método é contrário aos três primeiros, este é o considerado correto. Dentro dele há na ciência três formas distintas de raciocínio: a dedução, indução e abdução. A dedução parte do específico para o geral. A indução do particular para o específico. E a abdução, principal contribuição peirceana, que traz a ideia de que para se chegar a um determinada explicação diante de uma fato problemático é necessário inventar um hipótese da qual sairá (será deduzida) as consequências que, serão verificadas indutivamente (experimentalmente). 

Escrito por: Keith Braga 

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