A breve síntese aqui
apresentada é baseada no texto “Semiótica
e Cognição:
Os
conceitos de hábito e mudança de hábito em C.S.Peirce” Priscila L. Farias. O foco da postagem é
apresentar o conceito de hábito.
A autora vai trabalhar o
conceito de hábito na perspectiva Peirceana. Hábito seria para Peirce um “principio
geral”, a mente sendo guiada por meio de uma ideia, um pensamento que tem o
poder de provocar reações. No entanto, nessa perspectiva, esse provocar reações
não está ligado a uma reação instintiva, ou seja uma pré-disposição a priori a
agir, uma resposta “natural”, mesmo porque o hábito é resultado de uma
construção, uma aquisição de tendências que serão usadas no futuro para
comportar-se de um mesmo modo numa situação identificada como semelhante a uma
já vivenciada. A autora ressalta também que para Peirce, o hábito também não
pode ser entendido superficialmente como crença. A crença é uma percepção
consciente, é como se fosse uma espécie de hábito mais apurado, um hábito
inteligente. A distinção de hábito e crença é necessária visto que nessa ótica
o hábito não intimamente ligado a processos conscientes e humanos, está
presente também no comportamento dos animais e plantas, por exemplo. Deste
modo, a perspectiva semiótica sinaliza para o potencial desenvolvimento de
hábito em todo sistema. Ou seja, todo sistema é considerado um potencial usuário
de signos, capaz de adquirir e romper hábitos, ainda que alguns se apresentem
estagnados, fixos, acorrentados a um hábito, o que dificulta enormemente a
produção de signos. Neste ponto, a autora explica que é justamente a partir de
uma certa flexibilidade que ocorre a mudança de hábito. A real diferença que um
sistema usuário de signos possui é a sua efetiva quebra, rompimento, mudança de
hábitos. Em suma, ser usuário de signos prevê uma capacidade de alteração e
mudança de hábitos, ainda que essas modificações possam se dar em estágios
diferentes.
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