terça-feira, 11 de dezembro de 2012

O MÉTODO PRAGMÁTICO DE CHARLES S. PEIRCE

Um dos textos mais interessante adotado pelo prof. Mauro Betti, em minha opinião, foi o artigo, que traz o título acima mencionado, do graduando Paulo H. S. Costa, aluno bolsista de Iniciação Científica (PIBIC/FAPEMIG).
Costa investiga o que Peirce entende por pragmatismo, a partir da discussão dos conceitos de crença, hábito, método e ação, portanto, trata-se do pragmatismo peirceano.
Compartilho com os colegas algumas considerações relevantes feitas pelo autor.
O pragmatismo é uma corrente filosófica do início da década de 1870, idealizada por jovens pensadores de Cambridge, Massachusetts, que se encontravam regularmente para discutir questões filosóficas voltadas para a definição de crença do psicólogo escocês Alexander Bain. Eles caracterizaram crença como “aquilo com base em que um homem está preparado para agir” (BAIN apud WALL, 2007). Mediante esta definição, alguns pragmatistas adotaram a temática dualista: crença e ação, entre estes pensadores, destaca-se Charles Sanders Peirce, que em 1878 insere um novo modelo de pensamento nos Estados Unidos.
A princípio, o pragmatismo não era uma filosofia, mas um método ou critério de análise. Todo método pressupõe um objeto, portanto, o pragmatismo é um método para investigar o que, qual seu objeto, e como ele pode ou não influenciar nossas crenças. Seu único objetivo é tornar nossas ideias claras quanto ao que estamos em contato diariamente, isto é, a partir dos significados que afetam nossa conduta.
O método da máxima em Peirce centra-se na experiência em seus mais diferentes níveis: primeiridade e secundidade (consciência e mundo) e terceiridade (mediação entre objeto e significado), o sentido mais amplo do pragmatismo, um método de análise que tem como objeto o significado dos conceitos. A análise proposta por Peirce é descrita mediante a relação crença, dúvida e hábito.
Segundo Peirce, crença e dúvida são estados da mente diferentes, mas que se relacionam, uma vez que pela dúvida procuramos a obtenção de uma crença, diferentemente do que diz Bain, a crença não nos leva a agir de imediato. O estímulo da dúvida leva-nos a atingir um esforço para se chegar a um estado de crença e nos possibilita agir dada a situação necessária.
Verdadeiramente estamos a todo o momento diante de crenças diferentes das nossas, portanto, sempre estamos exercendo o hábito que a crença criou dentro de nós.
O significado de qualquer conceito é fruto da relação objeto e hábito, dado que toda ação pressupõe a expressão de um pensamento. Enfim, para Peirce, os resultados pragmáticos que esperamos dos objetos se encontram na nossa compreensão intelectual dos objetos, sendo os hábitos gerais um parâmetro de avaliação que diz respeito à natureza desse objeto.
O pragmatismo assim como fora proposto por Peirce está intimamente ligado naquilo que se refere ao agir pela convicção do que às coisas são, por meio do que esperamos delas.
Uma das considerações finais que Costa menciona é que o pragmatismo se insere como o modo imediato de tornar claro todo conceito.

Roberta Caetano da Silveira

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