quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

UMA IDÉIA DE PESQUISA EDUCACIONAL

José Mário Pires Azanha

Azanha (1992) ao discutir sobre questões voltadas para a pesquisa educacional, busca problematizar alguns pontos importantes. Neste momento de construção de sabres, Azanha (1992) traz como temática de reflexão - Comunidade Científica e Inovação. O autor inicia ao texto afirmando que mesmo no caso dos investigadores isolados é fundamental que a “história do seu trabalho científico” seja referida a comunidade intelectual a que o pesquisador pertença, ainda que, esta referência sofra marginalizações ou gere relações de conflito. Azanha (1992) adverte que tais posicionamentos científicos justiçam-se pelo fato da ciência estar normalmente fundamentada na racionalidade científica. Posicionamento que determina a rejeição ou aceitação de um fato científico mediante apresentação de provas. Azanha (1992) justifica sua defesa em relação à “história do trabalho científico” ao afirmar que é utópica a esperança de se construir um conhecimento científico totalmente objetivo e a salvo dos vieses gerados por condições, interesses ou valores extra-científicos. Porém, cumprir com o proposto necessita que o pesquisador ao fazer o relato da “história do seu trabalho científico”, re-signifique a sua forma de descrição, deixando de lado o padrão linear e sucessivo, e o organize fazendo uma relação entre sociedade e ciências.  Todas estas contradições apresentadas anteriormente fundamentam-se na necessidade da ciência voltar seu olhar para as novidades teóricas ou empíricas que surgem durante a pesquisa, as quais deveriam ser algo sempre desejáveis, por que estas novidades são potencialmente conducentes ao progresso do conhecimento, ao passo de não serem desconsideradas por não cumprirem o princípio da previsão. Para justificar esta ação de rejeição ao novo pela ciência, Azanha (1992) traz o conceito de Plausibilidade utilizado pela comunidade científica para se resguardar de tudo aquilo que ameaça a sua integridade e continuidade, pois, para ciência, apenas as idéias plausíveis são acolhidas, discutidas e testadas pelos cientistas. No entanto o que Azanha (1992) busca advertir em seu texto é que durante a pesquisa científica existem novidades esperadas e as novidades inesperadas, sendo a últimas muitas vezes desconsideradas pela comunidade científica por aceitarem apenas empreendimentos estritamente racionais. Vale dizer que Azanha (1992) reconhece que considerar novidades como um achado científico não é uma tarefa fácil e nem para todos. Considerar o novo como um achado científico, exige inicialmente um olhar clínico do pesquisador somado a um conhecimento teórico de base que, faz com que o pesquisador vá além do esperado sem deixar que a teoria cegue o seu olhar observador.

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