sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

PRÁTICA PEDAGÓGICA NA EDUCAÇÃO INFANTIL: UMA VISÃO SEMIÓTICA


A Educação Infantil é um importante espaço de socialização, cuidado e de aprendizagem; local em que as crianças se apropriam das qualidades tipicamente humanas que são externas a ela.
Além de destacar tal espaço como meio educacional e que possibilita trocas de experiências entre os pares, podemos ressaltar a importância do professor como mediador no processo educacional dentro da instituição.
O professor, então, é visto como sujeito responsável em organizar situações que colaborem para o desenvolvimento integral da criança. De acordo com a Teoria Histórico Cultural, a mediação do adulto faz-se relevante, pois a criança necessita apropriar-se de conteúdos que são externos a ela; estes são possibilitados por meio de ações organizadas intencionalmente com o propósito de máxima apropriação das qualidades humanas (capacidades, aptidões e habilidades formadas ao longo da história). Nessa perspectiva, é imprescindível levar sempre em conta as peculiaridades das crianças, ou seja, as formas típicas de atividades que perpassam a vida da criança como: o tateio, a atividade com objetos, a comunicação entre elas e os adultos, e o brincar (MELLO, 2007).
Diante disso, Silva (2012, p. 16) destaca a necessidade dos professores, investigadores e todas as pessoas envolvidas com esse espaço educativo, a “encarar as práticas pedagógicas como processos eminentemente semióticos, isto é, como espaço de interpretações, reinterpretações e inter-relacionamentos entre professor-criança-criança e o contexto”
Ao visar uma prática pedagógica condizente com os objetivos  da educação é necessário reconhecer que tal processo é guiado por estados de espírito como o de dúvida e o de crença, em que, orientam os nosso desejos e ainda, dão contorno a nossas ações (PIERCE, 1972).
O autor defende que “o sentimento de crença é indicação mais ou menos segura de se ter estabelecido em nossa natureza uma tendência que determinará nossas ações [...] este é um estado de tranquilidade e satisfação”. Enquanto que a “dúvida é um estado desagradável e incômodo, de que lutamos por libertar-nos e passar ao estado de crença” (1972, p. 77).
Atualmente, encontramos diversos professores da Educação Infantil que se sentem confortáveis em suas crenças, sendo assim, não estão dispostos a colocá-las em dúvida. Dessa forma, as práticas pedagógicas não são revistas e muitos professores realizam atividades e passam conteúdos, brincadeiras e músicas, entre outras ações, de forma mecânica, sem realmente levantar os objetivos e a importância de tal prática no processo de ensino-aprendizagem dos alunos.
Reconhecendo tal realidade, Pierce (1972) e Silva (2012) ressaltam que a alternativa para se buscar um prática pedagógica que cumpra os objetivos educacionais e perceba a criança como protagonista nesse contexto é o hábito da reflexão, ou seja, refletirmos sobre nossas ações, colocando-as em dúvida.

Jéssika Naiara da Silva

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