sábado, 29 de dezembro de 2012

Semiótica Peirceana - Prof. Julio Pinto.



Olá amigos.

Minha publicação com relação à semiótica de Peirce será baseada em um vídeo muito interessante disponível no Youtube (no link: http://www.youtube.com/watch?v=mFm7LWeYKtY) sobre uma palestra on line realizada pelo “Projeto Biblioteca Digital Multimídia” – “Série Pensadores” da PUC de Minas. Achei interessante transcrever trechos da parte I dessa palestra virtual para o conhecimento de vocês. No final da publicação segue o link da palestra e para quem quiser saber mais é só clicar nos links sugeridos que aparecerão as demais partes.
O palestrante é o professor Júlio Pinto que é PHD em semiótica pela Universidade da Carolina do Norte (EUA); Pós Doutor em Comunicação Social pela Universidade Católica Portuguesa de Lisboa; Professor de Semiótica da PUC Minas; Autor de vários artigos e capítulos de livros publicados no Brasil e no exterior; Autor de vários livros publicados em inglês e no Brasil; Autor das obras: “1, 2, 3 da Semiótica” e “Algumas Semióticas”.
Pinto inicia sua fala explanando um pouco sobre Peirce. Peirce nasceu em 1839 e faleceu em 1914 nos EUA. Iniciou sua densa produção com menos de vinte anos de idade e publicou durante a sua vida cerca de doze mil páginas (24 volumes de 500 páginas). Deixou cerca de oitenta mil páginas manuscritas que não foram publicadas (mais de 80 volumes). Sua obra completa totalizaria cerca de 104 volumes sobre lógica, filosofia da ciência, filosofia da linguagem, semiótica e pragmática ou “pragmaticismo” (termo usado por Peirce para diferenciar da pragmática associada a Dewey e James) com viés ligado à ideia de linguagem. A tudo isso pode-se dar o nome de “Semiótica”.
Além dessas obras, ele também escreveu sobre astronomia e matemática. Isso quer dizer que muito ainda há para se descobrir sobre esse pensador americano. Segundo Pinto, essas estatísticas nos dizem que todo e qualquer tipo de comentário acerca da obra de Peirce é então parcial e passível de críticas na Filosofia e na Semiótica.
A explanação dessa palestra se concentra na semiótica relacionada à filosofia da linguagem. A semiótica é a visão que Peirce tem de uma Lógica. Muitas pessoas a chamam de ciência, doutrina, teoria ou ponto de vista. Pinto prefere pensar que a Semiótica não é nenhum desses itens mencionados anteriormente, mas sim uma forma de se olhar o mundo e é dessa forma que o professor trabalha nessa palestra virtual.
O centro de toda essa teorização é o nome genérico que se pode dar à “representação”. As representações, que também podem ser chamadas de signos, são coisas que estariam no lugar de outras coisas, e por estarem “no lugar de” não quer dizer simplesmente uma substituição ou tapar o lugar em que ela está, mas qualquer coisa que esteja “no lugar de” significa qualquer coisa que represente, que faça referencia a alguma coisa, que manifeste algo, que faça parecer qualquer coisa, que me faça pensar em alguma coisa, que me faça sentir qualquer outra coisa sempre em algum aspecto, pois nada está em lugar de nada em todos os seus aspectos. Como, por exemplo, um pedaço de giz que está no lugar do professor, mas apenas em um aspecto: o uso dele no quadro. Geralmente um pedaço de giz é apenas uma representação do professor naquele contexto em que se faz referencia a, assim como um embaixador é um símbolo do país dele, e assim por diante.
Se, para mim, uma nuvem me faz lembrar chuva então ela faz referencia à chuva e ela está no lugar da chuva que virá, mas que ainda não veio – pode ser que aconteça. Se pudermos pensar bem, veremos que o signo é a matéria da linguagem e nossa linguagem é toda composta de coisas que estão no lugar das outras coisas. Se eu estou falando, estou usando uma série de palavras que são só sons de coisas que aparecem escritas e essas coisas estão no lugar de outras ideias, portanto, estou compondo com outras representações aquilo que estou me permitindo conversar que é exatamente essa linguagem composta por representações abstratas (coisas que estão no lugar de outras coisas). É confuso, mas é assim.
O que seria uma linguagem? A linguagem é um sistema de signos – portanto um conjunto de signos, que se destina ao estabelecimento de certas conexões, de vínculos com base na troca de informações sobre o mundo. Quando falamos de signo, isso não se restringe às palavras. Quando falamos “qualquer signo” é realmente “qualquer signo”: pode ser imagens, sons, palavras, gestos, posturas, objetos, um cheiro, um sabor.


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