sábado, 12 de janeiro de 2013

A contribuição da Semiótica Peirceana para a análise da pintura histórica


Texto: A contribuição da Semiótica Peirceana para a análise da pintura histórica
Autores: Erica Ramos Moimaz e Ana Heloisa Molina, publicado nos anais do II Encontro Nacional de Estudos da Imagem, 2009, Londrina- PR.
Disponível em: http://www.uel.br/eventos/eneimagem/anais/trabalhos/pdf/Moimaz_erica%20Ramos.pdf

A autora inicia o texto pontuando que seu objetivo é o de apresentar reflexões sobre a contribuição que a Semiótica Peirceana pode trazer para a leitura de pinturas históricas. No artigo são analisadas duas pinturas históricas a luz da Perspectiva Teórica Peirceana. Uma das obras escolhidas para elaborar o comentário do blog foi Descoberta do Brasil (1922) de Oscar Pereira.

Semiótica Peirceana

A Semiótica é uma corrente teórica que estuda os signos, que podem ser entendidos enquanto linguagem verbal e/ou não verbal, e ambas com expressão de sentidos. A pintura histórica é considerada uma linguagem não-verbal que também se utiliza de signos para expressar, comunicar algo, promover um sentido. Por signo entende-se algo que " intenta representar (...) tornar presente alguma outra coisa, diferente dele, seu objeto, produzindo, como fruto dessa relação de referência, um efeito numa mente potencial ou real" Santaella  (2000, p. 159) 
A partir da base teórica de Peirce a semiótica se organiza em uma relação triádica: Signo, objeto e interpretante. Os signos são divididos em: ícones, índices e símbolos. E as categorias do pensamento em: primeiridade, secundidade e terceiridade. Para ilustrar essas divisões a autora utilizou o quadro abaixo:



A partir das categorias, a autora dá inicio à análise das pinturas históricas escolhidas, apresentaremos somente a analise da primeira obra: Descoberta do Brasil (1922) de Oscar Pereira da Silva.


  A autora discorre sobre a experiência de ver a obra  pela primeira vez, sem qualquer pensamento ou reflexão sobre ela. O impacto visualizar a pintura, logo de imediato, poderia ser entendida como primeiridade. A primeiridade(ícone) é a relação direta com a sensação, seria a vivência do fenômeno sem consciência, comparação. No entanto, a partir do momento que a surpresa, admiração, é levada à nossa consciência, nos fazendo pensar que de um lado está a representação de índios e do outro de portugueses, já não podemos caracterizar como primeiridade, mas como secundidade. O momento seguinte, o pensamento, a consciência do fato presenciado. A experiência na secundidade(índice) é momento da construção sígnica, a relação com o externo, a comparação e indagação do que se apresenta. Deste modo, é a partir da relação, entre primeiridade e secundidade, que acontece  a representação sígnica, momento em que deduzimos que estamos vendo a Descoberta do Brasil, ou seja, a interpretação do acontecimento, terceiridade(símbolo). 

Escrito por Keith Braga.

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