sábado, 25 de outubro de 2014

Análise do texto de Bernard Charlot, a partir das noções de “crença” e “dúvida” e do “método científico (abdutivo-indutivo)” de Charles S. Peirce

Infelizmente não consegui estar presente na conversa do último dia 3 com o Prof. Charlot, e ainda, mesmo que insistindo, não consegui acompanhar o áudio da conversa para poder compreender ainda mais sobre o que ele trouxe no diálogo do dia.

No entanto, para poder colaborar com o grupo e realizar o que fora pedido, busquei analisar e formar opiniões sobre “crença”, “dúvida” e “método científico (abdutivo-indutivo)” segundo o prefácio da nova edição brasileira do livro “A mistificação pedagógica: as formas contemporâneas de um processo perene”. 

Para poder fazer esta análise, busquei por compreensões (do que fora exposto durante o período de aula) em Pierce, cujo autor descreve que “a dúvida é um estado desagradável e incômodo, de que lutamos por libertar-nos e passar ao estado de crença; este é um estado de tranquilidade e satisfação que não desejamos evitar ou transformar na crença em algo diverso. Pelo contrário, apegamo-nos tenazmente não apenas a crer, mas a crer no que cremos. (PEIRCE, 1975, p. 77)”. 

Desse modo, podemos afirmar que tanto a dúvida quanto a crença tem efeitos positivos sobre nós, ainda que diversos. Estes estímulos nos levam a pesquisar, e a relação que podemos fazer com o método científico é que quando temos dúvidas buscamos investigar sobre o assunto, sendo que, por muitas vezes, a dúvida é ocasionada pela crença que temos. Nesse sentido, o prefácio reescrito por Charlot traz esta análise. Passadas pouco mais de três décadas, ele pôde refletir e repensar sobre suas crenças e mudar de opinião, abrir seu pensamento para reflexões sobre outros temas e concluir que em seu livro ainda há dois temas bastante atuais. 

Para Charlot ter chegado a esta conclusão, foi necessário juntar a vivência e experiência passadas pelo autor, onde ele pôde fazer relações entre a “pedagogia tradicional” versus a “pedagogia nova” e, posteriormente, incluindo o “construtivismo”. Em seu primeiro livro, afirmava que a educação era construída pelos modelos sócio-políticos,onde tentava-se sair do formato laico da educação (logo, da tradicional). Porém, na atualidade brasileira, ainda perpetua o modelo tradicional em que os professores tendem a declarar-se “construtivistas“ (nome da pedagogia nova, no ideológico brasileiro) para não terem problemas na escola. 

Conforme situação exposta e mediante reflexões do autor é possível observar uma investigação, que pode ter sido originada de uma dúvida sobre a mudança do contexto da educação citada em 1975, sendo-nos apresentada em 2013 de uma forma bastante atual, contextualizada com a situação presente no país. 

PIERCE, S. C. Semiótica. Tradução de José Teixeira Neto. São Paulo: Perspectiva, 1977

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