segunda-feira, 27 de outubro de 2014

Comentário sobre a aula com Bernard Charlot

Destaco os principais itens dialogado e mencionado pelo prof. Charlot na aula, e ressalto a simplicidade e humildade em que o professor conduziu a fala para todos os presentes.
Charlot iniciou a sua fala contextualizando-a com a definição de ideologia. Baseando-se na teoria de Marx, o professor já menciona questões presentes em nossa sociedade tais como as desigualdades sociais e liberdade.
Para Charlot, fala-se muito em liberdade, mas não qual o conceito de liberdade em si, uma vez que muitos não possuem liberdade por não terem condições suficientes para isso. (Realidade social em que vivem). Logo, ele conclui sua explicação sobre ideologia a partir das desigualdades. Por exemplo, para o professor ideologia é apenas um sistema de ideias que expressa um conceito, que disfarça uma realidade, ou seja, disfarça desigualdades sociais. Aqui no Brasil, a ideia de igualdade de oportunidades seria um bom exemplo dessa ideologia mencionada por Charlot, pois existe essa ideia, mas as oportunidades não são iguais.
Mas, o que isso tem a ver com a teoria do saber? Pois bem, a relação com saber para o Charlot considera as desigualdades sociais, as singularidades sociais de cada sujeito e, logo já associa a carência tanto da nova pedagogia quanto a tradicional ao não considerarem as desigualdades sociais, as oportunidades e possibilidades de todos se formarem e com qualidade.
Outro ponto importante da aula foi quando o professor Charlot menciona sobre a qualidade da educação. O professor chega a mencionar a realidade brasileira em termos da qualidade da escola pública x escola particular, o que configura um cenário desigual em termos de qualidade educacional em nosso país. O fato é que a educação escolar é mercadológica, e o que se observa na escola pública hoje é a imposição da pedagogia tradicional, fragmentando o tempo, o espaço por meio de um discurso construtivista, mas porque tem de ser construtivista, no entanto com práticas tradicionais, porque as condições de trabalho as impõe. Então para Charlot são práticas tradicionais, mas com parênteses construtivistas.
Por isso, Charlot faz uma crítica, por exemplo, ao dizer que não se vai resolver os problemas com as Tecnologias Digitais, ou as novas tecnologias, o Tlabet, por exemplo. Pode-se fazer o uso, mas não resolve o problema do fracasso escolar, pois não se pode confundir com formação e saber.
Assim, a qualidade da educação está essencialmente relacionada com a capacidade que tem a instituição escolar, de facilitar a que os alunos se transformem em melhores pessoas, para que a sociedade se transforme em melhor sociedade, e a educação tem um papel, uma potencialidade incrível para isso. Mas, eis que voltamos para a ideologia mencionada acima?
Por isso, concordo com o professor quando quase que no fim da aula ele diz que “a escola é lugar de aprendizagem, mas também de socialização” e que “quem quer pensar precisa de liberdade”. Acredito que seja por isso, que tanto me aproximo e acredito na teoria da relação com saber, assim como acredito que há desigualdade social, mas não há determinismo no fracasso escolar.
Por fim, destaco que para charlot a essência humana é o conjunto das relações sociais e que cada um de nós somos originais. Por isso, toda época e toda civilização tem a sua marca educacional, conforme pontua Charlot, trata-se da educação em 3 elos: anterior, atual e futura, e por essa razão ninguém pode ficar excluído dela. O direito à educação se exerce na medida em que as pessoas, além de terem acesso à escola, possam desenvolver-se plenamente e continuar aprendendo por toda a vida, pois o sentido é pessoal, mas o significado é social e cada um carrega consigo aquilo que há de melhor para ser mostrado, potencializado e aproveitado.
Um grande abraço!

Naiara

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